quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mega-Projeto, Mega-Riscos: análise de riscos para investidores em Belo Monte

Instituições financeiras que vierem a investir em Belo Monte podem sofrer grande prejuízo financeiro. Isto é uma das conclusões do relatório "Mega-Projeto, Mega-Riscos: Análise de Riscos para Investidores no Complexo Hidrelétrico Belo Monte", produzido pelas ONGs Amigos da Terra - Amazônia Brasileira e International Rivers. Amigos da Terra enviou o relatório a vinte instituições financeiras, relacionadas com o projeto de Belo Monte.


Danos irreparáveis

O risco se explica, pelo desempenho limitado da usina, que não compensa seu custo. Além deste risco, por ser um projeto que enfrenta resistência da sociedade e de povos indígenas, e que causa sérios impactos no meio ambiente, Belo Monte pode causar danos irreparáveis à imagem de uma empresa ou instituição, explica Roland Widmer: "Bancos e outros financiadores devem enfrentar riscos financeiros e de reputação, dado o enorme potencial de danos ambientais e sociais". Widmer é o coordenador de Eco-finanças da Amigos da Terra e co-autor do estudo.
Segundo o estudo, as instituições financeiras que optarem por investir em Belo Monte poderão ser co-responsabilizadas pelos danos sociais e ambientais que a usina causar. Um grande grupo de movimentos sociais tem alertado as instituições em questão desta intenção, desde o ano passado.


Bilhão de dólares

Além das questões financeiras e de impactos ambientais, as empresas e instituições parceiras do projeto já enfrentam ações na Justiça. Até o momento, o Ministério Público Federal e organizações da sociedade civil entraram na Justiça com dez ações diferentes, questionando ilegalidades do processo de licenciamento ambiental.
"Apenas o reassentamento forçado de comunidades indígenas que vivem ao longo da Volta Grande do Xingu - um trecho de 100 km onde o rio será desviado para canais artificiais para gerar eletricidade - pode resultar em ações de até um bilhão de dólares", explica o procurador da República Felício Pontes, do MPF do estado do Pará.
O consórcio e outros investidores responsáveis pela obra também enfrentam reclamações sobre violações de acordos internacionais sobre direitos humanos e proteção ambiental nas Nações Unidas e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos.


Petição mundial contra Belo Monte

Um exemplo do dano à imagem de empresas ligadas ao empreendimento, está ocorrendo agora mesmo. Uma campanha de petição on-line, da organização mundial Avaaz, está percorrendo o mundo e tem juntado até o momento mais de 300.000 assinaturas. As assinaturas serão entregues ao governo brasileiro.
Leia o relatório na íntegra: "Análise de Riscos para Investidores no Complexo Hidrelétrico Belo Monte"
(para uma versão em resolução maior clique aqui) http://ef.amazonia.org.br/index.cfm?fuseaction=noticia&id=375855


Acompanhe a petição on-line: Pare Belo Monte: Não a Mega Usina na Amazônia.




Foto: Lideranças Kayapó reunidas em Altamira em protesto à usina de Belo Monte

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