Neste sábado e domingo, dias 23 e 24 de outubro, começam as atividades do projeto “Cidadania, Direito de Todos” que busca garantir à comunidade indígena o acesso a documentos essenciais ao exercício pleno da cidadania, como RG, CPF e carteira de trabalho.
Esta é a primeira ação do projeto piloto no país promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De acordo com o CNJ, há uma estimativa de que 8.000 indígenas vivam em Campo Grande e em torno de 1.600 deles não possuem os documentos essenciais ao exercício pleno da cidadania.
No sábado, dia 23 de outubro, a ação será realizada na escola Sulivan Silvestre que fica dentro da primeira aldeia indígena urbana criada no país, a Marçal de Souza, localizada no bairro Tiradentes, em Campo Grande. A aldeia abriga em torno de 170 famílias das etnias Guarani, Kadiwéu, Caiuá, Terena, Ofaué e Xavante.
No domingo (24), o projeto realizará atendimento na escola “João Cândido de Souza, localizada nas proximidades das aldeias Água Bonita e Tarsila do Amaral, no bairro Jardim Anache. A expectativa dos organizadores é atender cerca de 500 pessoas.
Os indígenas que não possuem documentação acabam sendo lesados em seus direitos de cidadão, afirma o juiz auxiliar do CNJ, Daniel Issler. O magistrado ressalta que a emissão de documentos civis é direito do cidadão, e “não há risco de perda da identidade cultural e social indígena, porque tanto a certidão de nascimento quanto a carteira de identidade trarão o registro da etnia e da aldeia de origem de cada indígena”, afirma.
Uma sondagem prévia, realizada no final de setembro nas aldeias Marçal de Souza e Água Bonita, apontou que pelo menos 150 indígenas não possuem nenhum tipo de documentação. Outra parcela possui apenas certidão de nascimento ou o Rani.
Para o deslocamento dos indígenas aos postos de atendimento haverá ônibus da Prefeitura saindo de localidades como Indubrasil e Darcy Ribeiro com destino às escolas em que a ação social acontecerá. Em cada escola haverá seis salas de atendimento. Essa ação social dá início às atividades do projeto que se estenderá por outras localidades do país.
Organizadores e parceiros - Diversas instituições estão unidas para realizar a ação social em Campo Grande, dentre elas, a Corregedoria-Geral de Justiça; Sejusp/Instituto de Identificação Civil; Receita Federal; Caixa Econômica Federal; serventias extrajudiciais; Ministério do Trabalho, Secretaria Estadual do Trabalho e Assistência Social – SETAS; Comitê Estadual e Sub-Registro; Defensoria Pública; Comissão Indígena da OAB/MS; Secretaria de Saúde e de Educação Estaduais; Coordenadoria da Mulher; Funai/MS; Conselho Municipal Indígena; Polícia Militar, Exército Brasileiro e Secretaria Municipal de Educação.
Fonte:http://www.tjms.jus.br/noticias/materia.php?cod=18207
Em 22/10/2010
Autoria do Texto:Departamento de Jornalismo
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