quarta-feira, 6 de abril de 2011

Fazendeiros de Miranda prometem reagir contra invasão dos índios

Um grupo de ao menos dez fazendeiros da região de Miranda passou parte desta terça-feira (5) em frente à propriedade do ex-governador Pedro Pedrossian, ocupada desde ontem por ao menos 130 índios terena.
A ideia é fazer os índios desistirem de novas ocupações que estariam sendo planejadas para os próximos dias. Ontem, os índios ocuparam duas áreas identificadas por estudos da Funai (Fundação Nacional do Ìndio) como territórios indígenas, segundo os manifestantes.
Tantos os índios quanto os fazendeiros disseram que a situação no local é tensa desde ontem. O líder indígena Vahele, por telefone, afirmou que os fazendeiros estacionaram ao menos dez caminhonetes na porteira da fazenda Petrópolis, do ex-governador e, de lá, teriam feito ameaças aos índios.
“Além das caminhonetes, aqui em frente tem homens montados em cavalos e seguranças armados. Eles disseram para não construirmos barracos ou plantar alguma coisa, caso contrário vão destruir tudo”, disse a liderança.
Vahele informou ainda que disseram a ele que um grupo especial da Polícia Militar estaria indo para o local. Essa informação não foi confirmada e casos envolvendo índios têm de ser resolvido pela Polícia Federal por determinação de regra nacional.
“Vamos resistir até quando puder”, sustentou Vahele. Os terena que entraram na fazenda de Pedrossian estão vestidos e pintados “para a guerra”, segundo o líder indígena. A distância que separa os fazendeiros dos índios mede 100 metros.
O comerciante José Amaral, dono da Estância Amaral, conhecida como fazenda Charqueada, ocupada ontem, narrou também por telefone que os fazendeiros da região promoveram uma reunião e resolveram se juntar como meio de impedir novas ocupações.
Ele contratou um advogado que já prepara uma ação de reintegração de posse. A área dele e a de Pedrossian foram ocupadas no ano passado. Amaral confirmou a presença dos fazendeiros em frente à fazenda de Pedrossian. Ele negou que os colegas estariam armados. Em janeiro do ano passado os índios tiveram de deixar a área do ex-governador, de 1,2 mil hectares, por decisão do STF
O coordenador regional do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) Flávio Machado disse que acompanha o episódio com preocupação. “As autoridades federais, como Ministério Público Federal e Polícia Federal devem ser acionadas logo. O caso não requer a presença de policiais militares”, disse.


Fonte:
05/04/2011 17:45

Nenhum comentário:

Postar um comentário