terça-feira, 27 de novembro de 2012

COPAI recebe Comissão do MPF e se reúne com OAB/MS para discutir situação de indígenas


Na quarta-feira (28), a Comissão do MPF (Ministério Público Federal) que está no Estado para analisar denúncias de violação dos direitos dos povos indígenas Guarani Kaiowá o se encontra com a Comissão Permanente de Assuntos Indígenas (Copai) da OAB/MS, na sede da Seccional. A audiência faz parte dos compromissos dos procuradores em Mato Grosso do Sul e foi agendada a pedido da vice-procuradora-geral da República Deborah Duprat (foto acima), coordenadora da 6º Câmara de Coordenação e Revisão do MPF.

Para a presidente da Copai, Sámia Roges Jordy Barbieri, a vinda da Comissão do MPF é uma oportunidade única. “Se eles estão vindo é para resolver. Isso mostra que o Estado não conseguiu cumprir com seu objetivo, mas que a União é parceira. A visita dá um ânimo a luta pelos direitos dos povos indígenas”, comentou.

A audiência ocorre no auditório da OAB/MS às 14h, e é aberta a toda a sociedade. Lideranças indígenas participarão da reunião para expor a realidade do Estado. A Comissão do MPF desembarcou em Campo Grande nesta segunda-feira (26) onde se reúne com a superintendência da Polícia Federal agora à tarde.

Ainda hoje, a vice-procuradora-geral da República segue, em companhia de outros cinco procuradores, para Amambai. Na terça, serão realizadas visitas aos acampamentos de Ipoí e Arroio Korá, em Paranhos, e Pyelito Kue, em Iguatemi.

“Vamos recebê-los na quarta-feira para ouvir o que eles viram durante as visitas, como falta de dignidade e violação dos direitos”, afirmou Sámia. De acordo com a presidente da Copai, a reunião com a Comissão do MPF encerra as atividades da comissão da OAB/MS em 2012.



Fonte:




quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Cartilha de Direito dos Indígenas é lançado com foco nas crianças

A Cartilha de Direito dos Povos Indígenas, um trabalho inédito realizado pela Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS (COPAI), foi lançada hoje, com a presença de alunos do ensino fundamental das redes pública e privada.

A participação das crianças é vista como fundamental no objetivo de conscientização que a cartilha possui. “Precisamos diminuir a opressão e o preconceito aos povos indígenas, muito pela falta de compreensão sobre o assunto”, explicou a advogada Samia Roges Jordy Barbieri, presidente da COPAI.

“Queremos mostrar o lado bom da cultura, pois chega de falar de índio e relacionar com morte e disputa de terra. Na cartilha mostramos quais seus direitos e quem são os órgãos de proteção”, completou Samia Roges Jordy Barbieri.

A solenidade de lançamento da cartilha, disponível em versões impressa e online (no site da OAB/MS), foi realizada na manhã desta quarta-feira (7), e praticamente lotou o auditório de 300 lugares da Seccional.

“Vejo o auditório repleto de crianças e me sinto emocionado. Vocês são o futuro traduzido no presente”, afirmou Leonardo Avelino Duarte, presidente da OAB/MS, para o público infantil presente. “Espero que vocês façam do mundo com menos preconceito, e mais justiça social”, opinou.

Avelino Duarte destacou ainda o fato da COPAI ser a primeira Comissão Permanente de Assuntos Indígenas do País, e ter confeccionado a primeira cartilha sobre o tema entre as Seccionais brasileiras. “E a Seccional do Amazonas já nos pediu licença para copiar essa cartilha”, comemorou, lembrando que o Amazonas tem a maior população indígena do País, e Mato Grosso do Sul, a segunda.

O documento será distribuído gratuitamente e estará disponível para download no site da OAB/MS. A Comissão pretende levar a cartilha as escolas e universidades para orientar os estudantes sobre os Direitos dos povos indígenas.

Apesar de informações técnicas e jurídicas, a cartilha foi escrita com linguagem simples, voltada para o publico em geral. A COPAI ainda publicou na cartilha desenhos de crianças índias e não-índias para comparar o imaginário.
 
 
Fonte:
 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Vice-procuradora da República discute situação indígena

Vice-procuradora da República discute situação indígena


A vice-procuradora geral da República, Deborah Duprat, estará em Mato Grosso do Sul entre os dias 26 e 28 de novembro para tratar da situação indígena no Estado. Duprat também participará de evento na sede da OAB/MS, para conhecer a Comissão Permanente de Direito Indígena (Copai) da Seccional

“Os índios guarani-kaiowá estiveram em Brasília, e agora o Ministério Público Federal de lá está vindo para o Estado estudar mais a fundo como está a situação em Mato Grosso do Sul”, relatou Sâmia Roges Jordy Barbieri

A vice-procuradora geral da República, Deborah Duprat, é também coordenadora da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF. “É a Câmara que trata das temáticas das chamadas minorias, como é o caso dos indígenas”, esclareceu a presidente da Copai.

No dia 28, às 14h, Duprat, com o restante da equipe do MPF, se reunirá com os membros da Copai para conhecer os trabalhos da Comissão. O encontro será no Plenário da OAB/MS.

Duprat já adiantou que a questão dos guarani-kaiowá, que estão em disputa pela fazenda Cambará, no município de Iguatemi, só poderá ser definida após o termino de estudos, que vão dizer se os índios têm ou não direito à terra.

Em reunião no dia 29 de outubro, seis representantes dos índios guarani-kaiowá reafirmaram que vão resistir à decisão judicial que determina a desocupação da área em Iguatemi, que é habitada pelos indígenas da comunidade Pyelito Kue/Mbarakay. O encontro foi em Brasília, com a presença também das subprocuradoras-gerais da República, Gilda Carvalho e Raquel Dodge, e o procurador da República em MS, Marco Antonio Delfino.
 
 
Fonte:

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Integrantes da COPAI defendem leis feitas por e para indígenas

Observadoras da ONU e integrantes da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB-MS, as doutoras Samia Rojes Jordi Barbieri e Tatiana Azambuja Ujacow, estiveram em Corumbá na noite desta quarta-feira, 26 de setembro, para falar ao público composto, em sua maioria, por acadêmicos, sobre os Direitos Indígenas. A palestra integra a I Jornada Acadêmica de Direito da UFMS, Campus do Pantanal, que começou na segunda-feira, 24, e segue até esta sexta-feira, 28, contando com a presença de personalidade jurídicas e estudiosos da área, como o juiz federal Odilon de Oliveira.
 
Autora do livro, "Direitos Constitucionais dos índios: O Direito à Diferença", Samia Barbieri começou a entrevista ao Diário sendo bastante enfática. "Ninguém pode mais dar as costas ao direito indígena. Vivemos num estado que é o segundo da Federação com maior população indígena. Temos problemas prementes em relação à falta de demarcação, o que traz uma verdadeira guerra civil entre as pessoas", disse ao lembrar que a temática abrange diversos pontos que a fazem singular. "Falar de índio é falar da igualdade na diferença, respeitando a sua cultura, a sua diversidade, a espiritualidade, a língua", disse.
 
Ela lembrou dos problemas que Mato Grosso do Sul enfrenta ao ressaltar o confronto entre indígenas e os agricultores pela posse da terra. "A gente está numa onda da economia verde, podemos pensar numa parceria de fazendeiros com agricultores indígenas que usam o solo de forma sustentável, não usando agrotóxico. Temos tantas saídas honrosas que não precisamos passar esse bilhete de um estado que não respeita o ser humano", ponderou.
"Um estado tão rico que faz fronteira com dois países, a gente não pode viver nessa guerrilha, a chacina a um ser humano igual a gente. A gente quer um estado com desenvolvimento sim, mas com identidade cultural", continuou.
Samia ainda observou que o problema da demarcação de terras, que afeta os indígenas em todo país, pode ser resolvido com mais empenho da classe política. "A população indígena é 0,2% em 10% do território nacional. Será que é tão difícil ter política para definir essa questão da demarcação? A gente quer um estado constitucional que respeite a diferença, que respeite o direito do outro, se colocando no lugar dele."
Diante das leis e tratados tanto de esfera nacional como internacional, Tatiana Ujacow, autora do livro "Direito ao Pão Novo", que aborda a questão indígena em MS, explica que elas não terão eficácia se não se atentarem a algo primordial. "Eu acredito que as leis só podem ter efetividade se elas forem legítimas e essa legitimidade vem das pessoas que fazem as leis, então, abordo nesse livro que o que a gente tem hoje, no Brasil, o Estatuto do Índio está defasadíssimo. Enquanto tivermos esse direito saindo de pessoas que não estão vivenciando a situação, isso não pode encontrar legitimidade", criticou ao explicar o que trata como direito indígena (aquele feito com a participação do índio) e direito indigenista (sem a participação do índio).
"Temos que ter mudanças profundas, deslocamento do olhar para o outro. Direito que eles têm à diferença como povos de culturas diferentes porque a cultura tem que ser respeitada e não pode ser essa tentativa de exterminação de morte da cultura. É justamente isso que causa os mais variados problemas", avaliou.
Ela também defende uma mudança constitucional para ter o que chama de "segurança jurídica" quando assuntos, sobretudo os ligados às questões de terra, forem tratados. "Hoje, as terras indígenas são consideradas da União e por isso a dificuldade em se indenizar o proprietário da terra pela terra nua. Por conta disso, surge o maniqueísmo do produtor rural com medo de perder a terra porque vai ficar só a indenização pela benfeitoria, que é praticamente nada. Enquanto isso não for um mandamento constitucional, teremos divergência nas decisões jurisprudenciais e jurídicas como um todo e não ter segurança jurídica", criticou. "A gente tem que ter muito equilíbrio nessa questão, tem que fazer essa interlocução, saber que aí não tem vilão, não tem mocinho."
Ambas acreditam que a divulgação de informações ajuda no processo de busca pelos direitos e por isso fizeram questão de apresentar o protótipo da cartilha que será lançada, brevemente, sobre os direitos indígenas. Com linguagem acessível, o material quer atingir desde o público das escolas até estudiosos do tema.
Para conhecer mais sobre a Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB-MS, que é a primeira instalada no país, há um blog: www.copaioabms.blogspot.com.br.
 
Fonte e foto:
Por: Lívia Gaertner em 27 de Setembro de 2012
 
 
 

Em palestra de Comissão Indígena, OAB lança cartilha em Corumbá

 A temática indígena estará em discussão esta noite, 26 de setembro, a partir das 20h30, no anfiteatro da UFMS, com a palestra da advogada Sâmia Roges Jordy Barbieri, presidente da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas (Copai) da OAB/MS.

O evento é voltado para acadêmicos e interessados na temática indígena no País. A doutora abordará em sua fala o direito indígena. Na oportunidade, também será lançada uma cartilha sobre o tema, contendo questões como identidade cultural, saúde e educação dos povos.
 
"Quisemos fazer algo diferente, mostrando o lado bom da cultura indígena, pois pretendemos mudar esse conceito que liga índio a morte e sangue. A ideia é que esse material seja usado em escolas, na educação de crianças", disse Sâmia ao lembrar que o material é um trabalho inédito no país.
 
"A linguagem é fácil, para que todos possam ter acesso. A cartilha é voltada para os povos indígenas, mas também para os não índios, pois queremos que conheçam os direitos dos povos", comentou. Com informações da Assessoria de Comunicação da OAB-MS.
 
 
Fonte:
Por: Lívia Gaertner em 26 de Setembro de 2012

domingo, 9 de setembro de 2012

A convite da Copai , Instituto Federal de MS participa da reunião do Conselho Municipal Indígena

A Copai participou da 95ª Sessão Ordinária do Conselho Municipal dos Direitos e Defesa dos Povos Indígenas, CMDDI, no dia 06 de setembro, as 14 horas, na sede da Planurb. E teve como uma de suas pautas a palestra da professora Marcelina Maschio, pró-reitora do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, que a pedido da Copai foi divulgar e explanar novamente o trabalho do Instituto Federal de MS, bem como, disponibilizar e oferecer parcerias com os indígenas para que façam cursos tecnicos profissionalizantes num de seus 07 campus distribuidos em todo o território sulmatogrossense. A professora Ofélia Maria Marcondes, também do Instituto Federal é quem representou a pró-reitora. Além dos conselheiros-membros do CMDDI, estiveram presentes também, Ana Beatriz Lisboa, Funai e Arlete Povh, Copai.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte e fotos: Arlete Povh

domingo, 2 de setembro de 2012

Copai realiza reunião no dia 31 de agosto de 2012

A reunião da Copai realizada no dia 31 de agosto de 2012, (sexta-feira), as 17 horas,  teve como pauta inúmeros assuntos abordados, entre eles, a revisão da Cartilha de Direitos dos Povos Indígenas que será publicada ainda este ano pela OAB/MS, e contará com a participação de todos os membros da Copai com informações destinadas, principalmente, aos alunos de escolas e também aos universitários de MS.
Leitura da ATA da Reunião da Copai junto aos coordenadores das Faculdades de Mato Grosso do Sul, realizada no dia 09 de agosto, (Dia Internacional dos Povos Indígenas). Leitura do manifesto da Copai nas mídias locais (jornais e sites) ressalvando a importância da existência desta Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS na defesa dos povos indígenas do nosso Estado e toda a sua relevância também na atuação assídua em busca de soluções para os conflitos que envolvem disputas e violência nos processos de demarcação de terras, bem como, todo o seu contexto histórico e jurídico relacionados ao Direitos indígenas locais. Leitura e explanação do projeto de Proposta das Comunidades Indígenas Urbanas de Campo Grande, MS, que foi entregue, rentemente, a todos os canditados a prefeitura de Campo Grande, em reunião realizada na Planurb, com cópia (32 páginas), distribuida a cada membro da Comissão e lida pelo ex-presidente do Conselho Municipal dos Direitos e Defesa dos Povos Indígenas de Campo Grande, CMDDI, Elcio da Silva Julio, nosso convidado.
A reunião estendeu-se em outro local em comemoração aos aniversariantes do mês, Samia e Mario Morandi.
Estiveram pesentes, Samia Roges Jordy Barbieri, Wilson Capistrano, Marcus Ruiz, José Ferraz, Adriana Rocha, Arlete Povh e Elcio da Silva Julio.
 
 
 











 
 
Fonte e foto: Arlete Povh
 

Presidente da Comissão de Assuntos Indígenas da OAB/MS recebe prêmio

A presidente da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS (COPAI), Samia Roges Jordy Barbieri, recebeu o trófeu Domingos Veríssimo Marcos, entregue em razão do Dia do Índio a pessoas que contribuíram às causas indígenas. Os advogados Marcos Ruiz, que é indígena, e Arlete Povh, que são membros da COPAI, e a advogada Tatiana Ujacow também foram homenageados.
A premiação foi realizada durante Sessão Solene da Câmara Municipal de Campo Grande, em comemoração ao Dia do Índio. Durante pronunciamento, Samia Roges destacou a importância de uma política indigenista aliada ao desenvolvimento do Estado, para preservar a cultura e a tradição dos povos indígenas. “O desenvolvimento é importante, mas a identidade cultural também. E valorizar a cultura indígena não significa prejudicar o desenvolvimento do Estado”, ressaltou.
De acordo com a presidente da COPAI, atualmente os indígenas correspondem a 0,2% da população nacional e possuem cerca de 11% de área demarcada. “Na época do descobrimento, eram 5 milhões de índios que falavam mais de 1.300 línguas. Hoje, são aproximadamente 500 mil indígenas e 206 línguas”, comparou.
COPAI – O trabalho da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas ganhou destaque após ação do Conselho Nacional de Justiça em parceria com diversas entidades para garantir o registro civil os povos indígenas, por meio do projeto “Cidadania, direito de todos”, realizado em outubro de 2010.
Os membros da Comissão auxiliaram nas atividades do programa. Para Samia Roges, a partir daí, até mesmo os advogados que não atuam nas causas indígenas perceberam a relevância do assunto. Ela lembra ainda que a Seccional de Mato Grosso do Sul foi a primeira do país a implantar uma Comissão Permamente de Assuntos Indígenas. “Nós sabemos dos conflitos existentes e, por isso, buscamos o diálogo, a paz social”, ressalta.
De 26 a 28 de abril, a COPAI realiza a II Semana do Índio, com o tema “Os Guarani”. De acordo com Samia Roges os índios guarani são uma das etnias que mais enfrentam dificuldades sociais e culturais em Mato Grosso do Sul.
 
 
Fonte:
 
20 de abril de 2011 • 17h30 • atualizado às 15h29
 
 

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Comissão da OAB/MS é única na garantia do direito dos povos indígenas

 
 
A Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS (Copai) atua diretamente na promoção e defesa dos Direitos dos povos indígenas do Estado e outras regiões do País. Atuante desde 2007, primeiro como comissão especial, no ano passado os conselheiros da Seccional, por unanimidade, reconheceram-na como comissão permanente pela força do seu trabalho. Com atividades de inclusão social, assuntos jurídicos como a demarcação de terras e de educação, entre outros, a Copai desenvolve trabalho único entre as seccionais da OAB.
Presidida pela advogada Sámia Roges Jordy Barbieri, a Copai realizou ciclos de palestras e exposições sobre os direitos das etnias e sua cultura, com cantos, danças e até culinária. “Nosso trabalho serve para acabar com o estigma que assimila índio a terra e morte. Mostramos o lado bom desse assunto", comentou.
Apesar do trabalho pedagógico e de inclusão, a comissão da OAB/MS não se distancia dos assuntos jurídicos que envolvem os povos indígenas, como a demarcação de terras em Mato Grosso do Sul e de racismo. Desde maio deste ano, quando se intensificaram as disputas, a Copai cobra celeridade ao STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento destes processos.
"Produtores rurais e índios são vítimas deste impasse que dura mais de 20 anos. Não podemos deixar que essa situação de insegurança continue", afirma Sámia. De acordo com a advogada, os indígenas reivindicam a demarcação de 155 mil hectares de terra. O processo tramita na justiça desde 1987.
Foram realizadas ainda, em 2012, discussões com gestores das universidades públicas e privadas da Capital para que o Direito dos povos indígenas fosse incorporado a grade curricular dos acadêmicos, o assunto continua e já há até um cronograma aprovado da disciplina. Palestras e atividades culturais também fazem parte dos trabalhos realizados pela comissão.
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) também reconheceu o trabalho desenvolvido pela OAB/MS e, em parceria com a comissão, realizou mapeamento de indígenas que não possuíam documentos em setembro de 2010. No ano seguinte, a parceria rendeu mais de 1.600 documentos as etnias, com ação global de emissão de documentos de identidade, carteira do SUS, CPF, carteira de trabalho e do índio. Todos realizados gratuitamente.
“Foi um projeto modelo que auxiliou aos índios a terem acesso a justiça”, afirmou a presidente da Copai. Sempre com a bandeira da inclusão, o próximo trabalho da comissão será uma cartilha reunindo informações sobre os Direitos dos povos indígenas. O últimos detalhes da cartilha serão debatidos amanhã (31/8), durante a reunião dos membros da comissão.
"Em nossos trabalhos ouvimos pessoas dizendo: 'índio que usa notebook e internet não é índio'. Eles migraram para as cidades e passam a conviver com a tecnologia, mas, nem por isso deixam sua cultura e costumes para trás", comenta.
 
 
Fonte:
 
30 de agosto de 2012 • 16h08 • atualizado às 18h03

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

COPAI se manifesta no Midiamax

"Pela Permanência"
 
Sou de muito trabalho. De trabalho positivo e adiante. Gosto de ver e participar das transformações, não de ficar anunciando “favas contadas”, de ficar lustrando condecorações. As conquistas, pra mim, são no dia a dia, graças a muito empenho e argumentações. Mas essa semana fui obrigada a relembrar e refletir sobre o que foi feito pela atual gestão da OAB/MS pelas questões indígenas e confesso: foi um grande prazer e agradeço a oportunidade de informar muito do que foi e está sendo feito.

A OAB/MS é a única seccional do Brasil a contar com uma Comissão Permanente de Assuntos Indígenas (COPAI), status que conquistamos graças ao grande trabalho de meus companheiros de comissão, e principalmente à sensibilidade do presidente Leonardo Avelino Duarte que entendeu a importância dos assuntos em pauta para toda a sociedade sul-mato-grossense. Ao ganhar o status de “permanente”, significa que, em tempo algum, ela poderá ser extinta. A COPAI da OAB/MS é modelo em todo o Brasil pelo trabalho desenvolvido e conquistou certificado por honra ao mérito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em toda e qualquer reunião em torno de assuntos indígenas a COPAI está presente, nosso papel tem de sido de intermediar, assessorar, apontar caminhos, instruir para que os grandes entraves sociais e jurídicos que assolam índios e não índios possam ser ponto a ponto resolvidos. Nos pautamos pelo artigo 44 do Estatuto da OAB que rege que todo o advogado é um defensor da Constituição, da ordem jurídica, do Estado democrático de direito, dos direitos humanos e da justiça social, o que infelizmente nem todos meus colegas de carteira tem claro. Aos que jogam, indiscriminadamente, palavras ao vento, tenho a dizer que lhes falta conhecimento, educação e sensibilidade.

É preciso que todos entendam que não é possível mais fechar os olhos, dar as costas para o Direito Indígena, sobretudo, em Mato Grosso do Sul onde as aldeias são nossas vizinhas e seus problemas transbordam qualquer demarcação. Tentar isolar o assunto, marginalizar, ou postergar tem, ao longo dos anos, gerado conflitos e violência. Assim a COPAI OAB/MS posicionou-se ativamente na construção de uma agenda positiva na questão indígena, e nesse sentido auxiliou a organização de uma rede consistente e atuante em prol do tema. Temos a participação do Ministério Público Federal, Procuradoria do Trabalho Federal, Justiça Federal, Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Universidades, cada um em sua atribuição legal, trabalhando nas mais diversas demandas geradas pelos assuntos indígenas.

Temos ainda nos debruçado na importância de educação e na preparação dos jovens advogados. Para que o assunto seja tratado com respeito e conhecimento. Realizamos três eventos, chamados de “semana do índio”, dedicadas ao assunto e estamos finalizando a cartilha sobre o Direito Indígena. Se ainda há violência ou desentendimento em questões que esbarram o direito a terra, a saúde, a educação é por que existe um esgotamento histórico das relações entre índios e não índios, situação que a COPAI rotineiramente vem trabalhando para dirimir.

A luta tem sido árdua e muitas vezes pouco entendida, mas sinto-me revigorada ao ter a oportunidade de observar tudo que pudemos construir com a nossa destemida COPAI, com independência, transparência e muito esforço temos avançado passo a passo, luta após luta, na conquista de solução de conflitos. Em que pese a falácia de alguns, a voz da maioria em busca de tempos de paz tem sobrepujado. Trabalho fundamental tem prestado meus colegas de comissão, e sobretudo nosso presidente Leonardo Avelino Duarte que demonstra em suas ações o destemor para enfrentar os grandes entraves sociais, sempre de forma discreta e ponderada, o que proporciona equilíbrio àqueles que, como eu, defendem uma causa apaixonadamente. Aos que tiverem olhos de ver e interesse de se informar coloco-me à disposição. Sinto-me gratificada ao estar à frente dessa honrosa bandeira, e disposta a contribuir mais e sempre por uma OAB combativa, atuante e por uma advocacia livre e agente das transformações sociais calcada na educação, no amor e na paz.

Samia Roges Jordy Barbieri – é advogada, mestre e doutora pela Unimes, procuradora Municipal de Campo Grande, professora de Direito Constitucional, Direito Indígena e Direito Administrativo e presidente da Comissão Permanente de Assuntos Índigena da OAB/MS

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Nota de pesar: Sônia Maria Azambuja Ujacow


Com grande pesar, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul, comunica o falecimento de Sônia Maria Azambuja Ujacow, na tarde de segunda-feira (13), vítima de câncer no peritônio.

Ela tinha 67 anos, era casada com o advogado Josephino Ujacow e mãe da advogada e membro da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS, Tatiana Ujacow e de Rebeca Azambuja Ujacow.

O corpo foi velado no cemitério Parque das Primaveras, e o sepultamento será nesta terça-feira, às 10h30.

Aos familiares, parentes e amigos, a OAB/MS expressa seu profundo sentimento de pesar e tristeza.


Fonte:
13 de agosto de 2012 • 17h35 • atualizado às 09h02 • 54 visualizações

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Fotos da Reunião sobre o ensino do Direito Indígena nas Faculdades

A reunião para tratar da inclusão da disciplina de Direito Indígena nas faculdades de Mato Grosso do Sul aconteceu na sede da OAB/MS, as 19 horas do dia 09 de agosto de 2012, Dia Internacional dos Povos Indígenas, assim declarado pela ONU em 1995.
E contou com a presença dos membros da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS, Samia Roges Jordy Barbieri, Wilson Capistrano, Mario Morandi e Arlete Povh, bem como, a ilustre presença do coordenador Dr. Marcelo Salomão da Universidade Anhanguera/Uniderp, Aliscinda Tibério, presidente do Conselho Municipal Indígena, CMDDI e seu ex-presidente Elcio Terena.
Acadêmicos indígenas também abrilhantaram o encontro com opiniões, sugestões e comentários pertinentes. Entre eles, Rute Poquiviqui, que, além de acadêmica indígena também faz parte do Conselho Municipal Indígena de Campo Grande, os acadêmicos Elisangela Candelaria da Silva e Fagner Lira Bizerra, ambos da UCDB, entre outros.












Fonte e foto: Arlete Povh

Audiência Pública debate ensino sobre Direito dos Povos Indígenas

A Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS (COPAI) realiza nesta quinta-feira (9/8) Audiência Pública para discutir implantação de estudos sobre a cultura dos povos indígenas do Estado nas faculdades. O evento acontece às 19 horas, no Plenário da Seccional. De acordo com a presidente da comissão, Samia Roges Jordy Barbieri, será debatido, na presença dos reitores das instituições de ensino da Capital, a importância da inclusão do Direito dos índios no ensino superior.
“Temos a programação de como funcionaria a disciplina na grade dos cursos. É importante educar da base, pois a atual situação dos indígenas é reflexo da falta de conhecimento de sua cultura pelos profissionais”, comentou Samia.
De acordo com a presidente da COPAI, a grade curricular contaria com Princípios Constitucionais, Questões Indígenas no Direito Penal e Direitos Humanos Internacional. Além do debate com os reitores, a comissão da OAB/MS vai disponibilizar uma prévia da cartilha que está em execução sobre os Direitos Indígenas.
 
 
Fonte:
08 de agosto de 2012 • 18h55 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Copai se reune com presidente da OAB/MS para marcar encontro com coordenadores das faculdades de MS


A Comissão Permanente de Assuntos Indíngenas se reuniu nesta quinta-feira, 02 de agosto de 2012, às 8h30, com o presidente da OAB/MS, Dr. Leonardo Avelino Duarte, para solicitar um encontro com todos os coordenadores das faculdades de Mato Grosso do Sul. O objetivo é implantar a Disciplina de Direito Indígena em todos os cursos de Direito do Estado.

A reunião acontecerá às 19 horas, da quinta-feira do dia 09 de agosto de 2012, data escolhida pela Copai justamente por ser o Dia Internacinal do Povos Indígenas (declarado pela ONU em 1995). O evento será  na sede da OAB/MS, Avenida Mato Grosso, 4700.

Da Copai estiveram presentes a presidente, Samia Roges Jordy Barbieri, vice-presidente, Wilson Capitrano e a colaboradora Arlete Povh.







Fonte e imagem: Arlete Povh

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Polícia conclui 2ª fase de investigações e busca localizar corpo de cacique Nísio

Responsáveis pelo assassinato do cacique Nízio Gomes, após um ataque ao acampamento indígena Guayviry no dia 18 de novembro do ano passado, em Aral Moreira, cidade distante a 402 quilômetros de Campo Grande, 23 pessoas foram indiciadas por homicídio qualificado, sendo que 18 já estão presas com mandado de prisão preventiva.
Com parte das prisões, a Polícia Federal de Ponta Porã concluiu nesta semana a segunda fase das investigações do inquérito policial. Além do homicídio, os responsáveis vão responder por ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de testemunhas.
Houve ainda o indiciamento de um funcionário da Funai (Fundação Nacional do Indío), pelos crimes de quadrilha e coação no curso do processo, haja vista ter tentado coagir uma importante testemunha a mudar seu depoimento na polícia.
Como o caso ainda tramita em segredo de justiça, os nomes dos indiciados não serão divulgados pela Polícia Federal, assim como detalhes específicos sobre as investigações.
Dentre os presos, conforme já havia sido divulgado no jornal Midiamax, dez pessoas são ligadas a uma empresa de segurança privada de Dourados, incluindo o proprietário, gerentes e seis fazendeiros da região de Ponta Porã e Aral Moreira. Um destes fazendeiros é presidente de um Sindicato Rural no Estado de Mato Grosso do Sul, havendo também sido preso um advogado do Paraná.
Novas provas colhidas pela PF apontam que efetivamente o cacique Nízio Gomes foi morto no acampamento e seu corpo teria sido levado do local em uma caminhonete, sendo os executores do ataque as pessoas vinculadas à empresa de segurança privada de Dourados. Após isso, o corpo do cacique Nízio Gomes teria sido ocultado pelos fazendeiros que atuaram como “mandantes” do ataque aos índios.
O local onde está o corpo do cacique ainda está sob investigação da Polícia Federal. Pelo que consta, alguns dos fazendeiros presos sabem exatamente onde o corpo estaria escondido, no entanto nenhum deles demonstrou interesse em colaborar com as investigações e informar o local em que teriam ocultado o corpo.
Seria este, de acordo com a PF, um dos principais motivos que justificariam o prolongamento das prisões, já que a estratégia até agora utilizada pelos fazendeiros é de negar qualquer envolvimento com os crimes.
Após a morte do cacique Nízio e a ocultação do seu corpo, alguns dos fazendeiros indiciados tentaram se utilizar de técnicas escusas para dificultar o trabalho da polícia, chegando inclusive a contratar um indígena de outra aldeia para fingir que estava ajudando nas investigações, mas na verdade estava passando informações erradas.
Os fazendeiros e o advogado preso orientaram referido indígena a dizer para a Polícia Federal que o cacique Nízio estava vivo e morando com familiares em uma aldeia no Paraguai, pois na visão deles a polícia nunca iria ter como checar estas informações e com isso iria sempre perdurar a dúvida sobre sua morte.
Entretanto, após um intenso trabalho de investigação, os policiais conseguiram provar ao indígena que ele estava indicando pistas falsas, momento em que ele resolveu falar a verdade de que Nízio Gomes estava morto e que ele havia sido contratado pelos fazendeiros para tentar ludibriar a polícia.
Em troca, os fazendeiros prometeram a ele uma grande quantia em dinheiro (uma parte pequena foi efetivamente paga) além da contratação de um advogado, caso fosse necessário, e ainda fizeram a promessa de que iriam adotar as providências necessárias para elegê-lo vereador nestas eleições.
Antes do ataque ao acampamento Guayviry, este mesmo indígena tinha sido contratado pelos fazendeiros para tentar negociar com o cacique Nízio Gomes a saída do seu grupo em troca do pagamento de uma grande quantia em dinheiro, mas como o cacique não aceitou, os fazendeiros resolveram contratar a empresa de segurança privada para realizar o ataque ao acampamento.
As armas utilizadas no ataque ao acampamento Guayviry foram fornecidas pelos fazendeiros e trataram-se de espingardas calibre 12, com munições classificadas de “menos letal”, entretanto vale ressaltar que se o disparo for feito em curta distancia ou se for utilizada de maneira inadequada, pode ser tão letal quanto uma munição comum.
Uma das pessoas presas que participou da execução do ataque ao acampamento confessou em interrogatório que o cacique Nízio foi atingido por um disparo na região subaxilar e que ele havia participado da retirada do corpo do local do ataque, tendo inclusive verificado o seu pulso e constatado a efetiva morte do índio.
Este indiciado esclareceu, inclusive, que houve pouco sangramento do cacique Nízio, o que se coaduna com o que foi descrito no laudo pericial de que havia pouco sangue no local dos fatos. A Polícia Federal ainda está promovendo diligências no intuito de encontrar o corpo de Nízio Gomes. Durante todo o período de investigações, a Delegacia de Polícia Federal de Ponta Porã/MS recebeu reforço de policiais no contexto da Operação Sentinela para atuar no caso do ataque ao acampamento Guayviry.
Os fazendeiros e o advogado encontram-se presos na Delegacia de Polícia Federal de Ponta Porã, havendo previsão de suas remoções nesta sexta-feira (20) para Estabelecimentos Prisionais no Estado.
Acredita-se que o resultado das investigações no caso da morte do Cacique Nízio Gomes tenha sido um marco no que pertine à forma de resolução dos conflitos pela posse de terras entre indígenas e fazendeiros, pois anteriormente nunca tantas pessoas tinham sido indiciadas e presas no Estado de Mato Grosso do Sul por terem se utilizado da violência para tentar expulsar indígenas da área de fazendas invadidas, servindo como paradigma de que a melhor forma é sempre buscar os meios legais existentes para qualquer resolução de conflitos

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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Parecer da AGU coloca em risco demarcação de terras indígenas

Parecer da AGU (Advocacia Geral da União) publicado nesta terça-feira (17) no DOU (Diário Oficial da União) pode anular os processos de demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul. A portaria assegura aos Estados a participação nos processo de demarcação de terras em seus territórios e proíbe a ampliação de reservas indígenas já demarcadas.
Com a medida, processos de demarcação de terras em curso, como no caso da expansão das reservas na região Sul de Mato Grosso do Sul e iniciadas em 2007, podem ser anulados.
A decisão causou indignação no Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que acusa o Governo Federal de inconsequente e irresponsável por determinar a revisão dos processos demarcatórios já em curso e também por colocar “uma pá de cal” no artigo 231 da constituição, que trata das terras tradicionalmente ocupadas pelos indígenas.
Em nota, o Cimi acusa ainda o Governo de “dobrar os joelhos e, rezar cartilha do capital ditada pelo agronegócio”.
Para a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), a medida dá segurança jurídica para a demarcação de terras indígenas, como explica o assessor jurídico da entidade, Gustavo Passarelli. “O parecer da AGU deu segurança jurídica enorme, foi de fundamental importância para esclarecer processo de demarcação”, detalhou.
De acordo com a entidade, Mato Grosso do Sul tem 30 terras indígenas regularizadas, 8 em fase estudo para ampliação. No total, são 46 os territórios indígenas que se pretende criar no Estado.
Segundo o Procurador do Estado de Mato Grosso do Sul, João Barcellos Lima, os estudos demarcatórios precisam ser refeitos, com a participação do Governo local. “Desde o começo dos processos o Estado quer participar desse processo administrativo, para isso é preciso anular o que foi feito e começar do zero, refazendo os grupos técnicos”, comentou.
Barcellos explica que os grupos técnicos da Funai (Fundação Nacional do Índio) serão refeitos, incluindo representantes indicados pela administração estadual. O procurador acredita que a medida deva ser regulamentada dentro de 120.
O Campo Grande News procurou a AGU e a Funai para que comentassem a decisão, mas até o fechamento da matéria não havia retorno por parte das assessorias de imprensa.


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terça-feira, 12 de junho de 2012

OAB/MS representada por Comissão de Assuntos Indígenas em Rio +2011

A Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS (Copai) viaja na próxima semana para participar do Rio +20. A presidente da comissão Samia Roges Jordy Barbieri e a secretária-adjunta Tatiana Azambuja Ujacow Martins fazem parte do grupo de delegados do evento e integrarão, entre os dias 20 e 22 de junho, o Comitê Intertribal: Memória e Ciência Indígena.
“Estaremos na companhia do Marcos Terena no trabalho para mostrar que o índio pode conviver com tradição e modernidade. O trabalho contará com duas ocas, uma espiritual e outra tecnológica”, comentou a presidente da Copai.
Além desta exposição, os representantes da OAB/MS irão abordar no Rio +20 os conceitos de Economia Verde, Desenvolvimento Sustentável e relação entre os povos indígenas no Mato Grosso do Sul e Brasil.
 
 
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11 de junho de 2012 • 18h38 • atualizado às 18h52

quinta-feira, 31 de maio de 2012

STF responde à OAB/MS sobre demarcação de terras

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O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Carlos Ayres Britto, encaminhou à OAB/MS resposta quanto ao pedido de urgência no julgamento da Ação Cível Originária 368. A ação dispõe sobre terras na região de Corumbá, disputadas pelos povos indígenas Kadiwéus e fazendeiros. O ofício de urgência foi enviado ao ministro Celso de Mello, relator da ação.
O pedido de providências foi encaminhado pelo presidente da OAB/MS, Leonardo Avelino Duarte, no dia 8 de maio, tendo em vista a preocupação da entidade, sobre possíveis consequências de conflitos na região de Corumbá, em função da falta de definição legal sobre a matéria.
As Comissões de Assuntos Agrários e Agronegócio (CAAA) e Permanente de Assuntos Indígenas (Copai) da OAB/MS pediram agilidade do STF para que julgue o processo de terras indígenas no Estado. Para a presidente da Copai, Sámia Roges Jordy Barbieri, "produtores rurais e índios são vítimas deste impasse que dura mais de 20 anos". Desde o início do mês, indígenas ocupam fazendas na região de Corumbá e Porto Murtinho, que trazem clima de insegurança na região e ainda dificulta a vacinação do rebanho bovino.
Os produtores rurais entraram com o pedido de reintegração de posse, mas os juízes não apreciaram os pedidos alegando que o processo é de competência do STF. A vacinação do rebanho estava prevista para terminar no dia 15 de junho, mas foi prorrogada por duas semanas devido os conflitos. A Força Nacional e a Polícia Federal estão nos municípios onde há fazendas invadidas.
O presidente do STF assegurou que o pedido foi encaminhado ao ministro Celso de Mello, relator da Ação Cível Originária nº 368, para urgência no julgamento do feito.

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29 de maio de 2012 • 16h33 • atualizado às 18h31

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Com transmissão ao vivo, infância indígena mobiliza protagonistas em audiência

“Nossas crianças veêm suas lideranças serem assassinadas!”, desabafa líder Terena, Alicinda Tibério
No Dia do Índio – 19 de abril – a falta da terra e os reflexos entre os jovens que vivem nas aldeias mobilizaram a a audiência pública “Aspectos Psicossociais da Infância e Adolescência Indígena em Mato Grosso do Sul”, transmitida ao vivo pela TV Assembleia na tarde de hoje. Proposta pelo deputado Pedro Kemp, líder do PT na Assembleia Legislativa, a discussão aberta para a população revelou dados importantes sobre a população indígena.
A professora Guarani, Teodora Souza, da Aldeia Jaguapiru, em Dourados, abordou a falta de ações na Educação, Cultura e Lazer pautadas no conhecimento da cultura indígena. Diante do fato, Kemp afirmou que providências para cobrar do poder público o direito do índio apontar quais os caminhos ele quer seguir, serão tomadas.
A líder terena, de Aquidauana, Alicinda Tibério, hoje moradora em Campo Grande, fez um desabafo ao dizer que os patrícios deixam a aldeia em busca de uma vida com dignidade, mas jamais esquecem suas origens. Ela fez um desabafo ao dizer que: “Nossas crianças veêm suas lideranças serem assassinadas!”
Crescimento populacional x crianças e adolescentes
Segundo o último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 1991 até hoje subiu de 34% para 80% o número de municípios brasileiros com alguém que se declara indígena.
Kemp explicou que o aumento se deve ao fenômeno etnogênese, na qual o indígena tem assumido sua etnia e recriado suas identidades após esconder durante anos suas origens para enfrentar a exclusão social. “O mais importante é que eles estão se organizando e buscando reafirmar seus direitos”, concluiu o parlamentar, de acordo com reportagem publicada no sitewww.al.ms.gov.br.
Em todo o país, são 813 mil índios. Mato Grosso do Sul é o segundo Estado com maior população indígena (73 mil índios), o que representa 3% do total da população. O Estado continua sendo marcado, segundo o parlamentar, pelos conflitos agrários. “Essa luta tem custado muito para as lideranças das etnias, principalmente os Kaiowás e Guaranis”, levantou.
Nizio Gomes é lembrado em audiência pública 
Kemp citou o caso do cacique guarani Nizio Gomes, desaparecido desde novembro do ano passado. “Temos que repudiar a violência contra os indígenas e prezar pela segurança das comunidades que, apesar de ameaçadas, continuam lutando pelos seus direitos”.
Vulnerabilidade e invisibilidade
Para Kemp, a criança indígena tem ficado invisível, sofrendo a realidade de miserabilidade, fome, alcoolismo e uso de drogas que envolvem os grupos. “O lado mais fraco é a criança e o adolescente que estão mais vulneráveis nesse contexto”.
Hoje, 44% dos índios do Estado, segundo o IBGE, possuem de 0 a 14 anos de idade. “Se essa é a realidade, precisamos discutir políticas públicas e alternativas voltadas para os pequenos índios e vislumbrar um futuro de cidadania porque eles são vítimas fáceis de um caminho que nós não queremos que sigam”, concluiu Pedro Kemp.
Antropólogo faz alerta sobre a presença das drogas nas aldeias
A audiência pública  também expôs a situação dramática vivida por crianças e jovens indígenas de Mato Grosso do Sul como o enfrentamento à violência doméstica que, de acordo com o representante da Funai (Fundação Nacional do Índio), o antropólogo Diógenes Egidio Cariaga, tem se acentuado devido aos problemas com o álcool e drogas entre índios adultos.
“Além de sofrer os mesmos problemas dos adultos, as crianças e os adolescentes estão mais expostos à vulnerabilidade que ocorre dentro do grupo e acabam sendo mais afetados”, afirmou. Conforme o pesquisador, os pequenos indígenas são capazes de perceber todo o contexto da problemática pelo qual se encontram. “Elas entendem que toda a história cultural do seu povo as trouxeram para a extrema vulnerabilidade e pobreza na qual estão hoje”, frisou.
Na opinião do antropólogo, o Estado deve respeitar a forma como é organizada cada sociedade indígena com políticas públicas específicas. “A dinâmica social das comunidades é atravessada pelas ações do Estado, que simplesmente não pede licença, apenas entra e acaba por garantir condições minímas de dignidade. Os indígenas precisam ter sua história e seus direitos respeitados”, considerou.
Conselheira federal de psicologia chama de genocídio realidade de indígenas em MS
Pelo menos 250 índios foram mortos no últimos cinco anos em Mato Grosso do Sul. O levantamento feito pelo Conselho Federal de Psicologia revela, segundo a conselheira e psicóloga social, Flávia Cristina Silveira, a realidade do genocídio dos povos indígenas em todo o Brasil.
Conforme a psicóloga, o olhar estigmatizado e preconceituoso explica os atos de extermínio e prejudica ações de acolhimento da população indígena, principalmente, de crianças e adolescentes indígenas. “Elas são encaradas como o resto e não como parte da população do país”, afirmou.
A ausência de políticas públicas e investimentos, afirma a conselheira, coloca os povos indígenas em uma condição de vulnerabilidade ao etnocídio. “Deixar morrer é uma omissão, o que também é uma forma de matar e nossas políticas públicas. Da maneira como é aplicada tem deixado os índios morrerem”, declarou.
Presidente do CRP14 aborda a violência na luta pela terra
Para a psicóloga, a questão da demarcação das terras ainda é o principal desafio para mudar o cenário sangrento que envolve a luta pelos direitos indígenas. “A sociedade tem que fazer seu papel que é cobrar o Estado e lutar pelas políticas públicas desses grupos”, comentou.
Ela ainda ressaltou que, pelo Brasil, grupos de direitos humanos, estudiosos e pesquisadores já têm se organizado para mudar a realidade dos índios.
Para o presidente do CRP14 (Conselho Regional de Psicologia 14ª), Carlos Afonso Marcondes Medeiros a ação de jagunços, o preconceito, a violência e o abandono sufocam as comunidades indígenas no Estado. A luta pela terra e o caso Nizio Gomes, de Amambai, desaparecido desde o final do ano passado, sintetizam a realidade no Estado, segundo ele.
Posse do ministro da “Raposa Serra do Sol” é emblemática, diz presidenta da Comissão de Assuntos Indígenas da OAB
Para Samia Roges Jordy Barbieri, que preside  a Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul), a posse do ministro Carlos Ayres Britto, ocorrida nesta quinta-feira – Dia do Índio, na presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), é sinal de avanço para a questão indígena no País.
 “Teremos um jurista humanista e com ele nasce a esperança de vivermos em um Estado desenvolvimentista, mas com uma identidade cultural”, declarou.
Ela lembrou a decisão do STF assinada por Ayres pela demarcação contínua da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, e a desocupação de produtores rurais do local.
Na época, em seu voto, o ministro Ayres Britto qualificou de “falso” o pretenso antagonismo existente entre os índios e o desenvolvimento. Em seu discurso, lembrou que os índios ajudaram a defender o território brasileiro contra franceses e ingleses e que se comete uma “injustiça histórica” ao não reconhecer que eles tiveram — e têm — contribuição importante para consolidação e desenvolvimento do país. O ministro definiu os indígenas como co-autores da ideologia nacional.
“O relatório do ministro Ayres foi uma verdadeira aula de Direito Indígena”. Samia defende que a sociedade aceite o desenvolvimento com a complementação de culturas. “É necessário uma visão etno sustentável onde produtos advindos de terras demarcadas tenham selo verde e sejam valorizados aqui e lá fora”.
Foram cerca de quatro horas de discussões e os pontos mais polêmicos deverão ser elaborados para que os gestores públicos possam desenvolver ações eficazes juntos às crianças e adolescentes indígenas no Estado. 

Fonte:
(Jacqueline Lopes com www.al.ms.gov.br)