terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Temer se esquiva de assuntos indígenas e diz que 'matéria é de conflito permanente'

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), se esquivou de falar sobre questões indígenas durante entrevista relâmpago na tarde desta segunda-feira (5) no Comando Militar do Oeste. A previsão era de que o vice-presidente e o ministro da Defesa, Celso Amorim, chegassem à Capital às 13h30, mas o voo só pousou na Base Aérea de Campo Grande às 15 horas, fazendo com que a agenda acelerasse.

O vice-presidente falou rapidamente sobre a importância da Operação Ágata e ao ser questionado sobre os problemas com conflitos indígenas, declarou que a matéria é de “conflito permanente”. Porém, informou que recebeu uma manifestação e levará ao Governo Federal, afirmando que a União está cuidando da situação com muito cuidado.

A integrante da Comissão de Assuntos Permanentes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Tatiana Ujacow, entregou um documento ao vice-presidente da República mostrando a situação indígena de Mato Grosso do Sul, cobrando respeito aos povos indígenas e retratando a quantidade de vidas ceifadas, sem que alguém tome providências.

O documento solicita a demarcação das terras para garantir a dignidade dos povos indígenas, cobrando a punição dos acusados de crime contra índios. “Se necessário uma intervenção federal para o fim permanente da violação dos direitos humanos”, informou Tatiana.

Michel Temer e o ministro da Defesa, Celso Amorim, acompanhado de oficiais da Marinha, Exército e Aeronáutica, visitaram o Quartel General do Comando Militar do Oeste nesta segunda-feira para conhecer as atividades e resultados obtidos com a Operação Ágata 3, realizada em conjunto entre as Forças Armadas Brasileiras e outros órgãos federais e estaduais na faixa de fronteira Oeste. A operação tem o objetivo de combater ilícitos transfronteiriços e ambientais.



Fonte:
05/12/2011 17h26

OAB denuncia ao vice-presidente da República situação dos povos indígenas de MS

A advogada Tatiana Ujacow, membro do Comitê Nacional de Defesa dos Povos Indígenas de Mato Grosso do Sul, da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas (Copai/OAB) e do Comitê Intertribal de Memória e Ciência Indígenas (ITC), entregou nesta segunda-feira (5) ao vice-presidente da República um documento solicitando providências para a questão dos conflitos entre índios e produtores rurais no estado.

De acordo com Tatiana, o diálogo com o vice-presidente já tem um tempo. “Ele tem inclusive o meu livro, que trata a situação dos povos indígenas daqui. É um livro escrito há certo tempo, mas que está muito atual, pela dificuldade que nós temos de resolver esta questão”.

Tatiana, que defende o diálogo, explicou que o documento entregue ao vice-presidente contem várias ofensas aos direitos humanos. “Esses assassinatos que têm ocorrido em nosso estado e essa necessidade que tem da gente respeitar os direitos dos povos indígenas, que aqui não tem como, não existe um diálogo para a gente começar pelo menos a questionar. Enquanto isso, vidas são ceifadas. As pessoas morrem na luta pela terra, sem que se possa fazer nada”.

Segundo a advogada, o comitê acredita que seja necessária uma intervenção. “Se necessário for, uma intervenção federal, visando medidas rápidas e eficazes para os fins dos conflitos e demarcação de terras indígenas e para o fim das permanentes violações dos direitos humanos. Pedimos aqui a conclusão dos procedimentos administrativos de demarcação, a investigação rigorosa e a efetiva prisão dos criminosos, do assassinato bárbaro de Nisio Gomes. Pedimos então, que apreciem essas questões que está na hora, já passou da hora de resolvermos a questão”.

Tatiana destacou que o vice-presidente demonstrou interesse. “Há bastante tempo tenho discutido com ele esta questão e eu acho que agora nós precisamos unir forças. Esta é a tarefa do nosso comitê, recém criado, mas são mais de sessenta entidades do Brasil inteiro nos apoiando. Inclusive, em São Paulo terá um ato de outras entidades de apoio ao comitê”.

Quanto ao documento, Tatiana reforçou que o vice-presidente irá ler e verá um relato de tudo o que tem acontecido em Mato Grosso do Sul, com relação aos conflitos entre os índios e os produtores rurais. “A intervenção só se necessário for. A gente espera que as coisas se encaminhem. A intervenção a gente sabe que é quando chega ao limite. Tanto é que nós temos órgãos aqui no Brasil, e fora do Brasil também, para a proteção dos direitos humanos, mas nós sabemos que na maioria das vezes, com diálogo, com equilíbrio, e realmente, com vontade política, as coisas vão se resolver”.

Para Tatiana, todos os caminhos para resolver a questão dos conflitos são viáveis. “Tem que tentar de tudo. Está na hora de resolver o problema e acabar com o sangue. É derramamento de sangue, se a gente não tomar nenhuma providência, amanhã é outra liderança”.

Tatiana ressaltou que o comitê tem entidades de todo o Brasil. “Não só daqui, mas várias pessoas que se sensibilizam com a situação dos povos indígenas”. E acrescentou: “Não basta cada entidade ficar tentando isoladamente. E o comitê veio agregar. Nós estamos muito firmes nesta luta e este foi o primeiro passo”.

O comitê encaminhará o mesmo documento entregue ao vice-presidente para outras autoridades como a presidente Dilma Rousseff, o governador André Puccinnelli, como um apela para que a situação se resolva de forma pacífica.


 
Fonte:
06/12/2011 08:44

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Comissão da Câmara Federal discute situação dos índios em Dourados hoje

Os deputados também vão visitar o acampamento que foi atacado no dia 18 em Aral Moreira

Acampamento em Aral Moreira vai receber a visita de deputados federais nesta tarde. (Foto: João Garrigó)

Deputados federais que integram a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara vem hoje para Mato Grosso do Sul. O motivo são as denúncias de violência contra os índios na região.

Pela manhã, em Dourados, os deputados Domingos Dutra (PT-MA), Erika Kokay (PT-DF) e Padre Ton (PT-RO) se reunirão, com lideranças indígenas, no campus da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).

À tarde, o grupo segue para a Procuradoria da República de Dourados, onde vai se encontrar com autoridades de órgãos como o Ministério Público Federal e a Polícia Federal

No sábado, os parlamentares visitarão os acampamentos indígenas Kurusu Amba, em Coronel Sapucaia, e Tekoha Guaiviry, em Aral Moreira, atacado no dia 18. Desde então, um dos líderes espirituais dos índios, Nisio Gomes, está desaparecido. Três suspeitos foram presos por suspeita de envolvemimento no episódio.

A nação Guarani-Kaiowá é o mais numeroso povo indígena no Estado, com 45 índios. Segundo relatório sobre a violência contra os povos indígenas produzido pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), 250 indígenas foram mortos em Mato Grosso do Sul nos últimos oito anos.

Ontem, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou nota em que repudia o ataque ao acampamento Guaiviry e defende a demarcação das terras indígenas como forma de pôr fim à violência contra os índios e à impunidade.


Fonte:

02/12/2011 08h31

depoimento de Heitor Kaiowá estão sendo ditos pelo CNJ, que inclui máfia de cartórios e até de Juizes, pela Ministra Eliana Calmon

Heitor Kaiowá disse...

Não é bem assim que o povo brasileiro odeia índios. Sou neto de Guarani Kaiowá e moro em São Paulo e vou falar toda a verdade.

O maior problema é que o Governador André Puccinelli é o chefe de uma máfia de fazendeiros que se acostumaram a roubar terras indígenas. Há varios Cartorários Corruptos em MS que falsificam escrituras. O meu povo Guarani Kaiowá sempre vai em busca das terras de seus avós e de seus ancestrais e muitas vezes essas terras já ten dono. Ecritura fajuta. E eles reclamam na FUNAI, mas este órgão federal que deveria funcionar em defesa do índio também está comprado. O Governador tem comprado o Ministério Público do seu Estado, tem comprado juízes para decidir en favor dos fazendeiros e tem comprado até a Polícia Militar que participou deste último assassinato. Não tem para quem recorrermos. todas as portas estão fechadas. A ganância é muito grande que faz custar mais um boi do que uma criança. Este Genocído já levou mais de 20 pessoas entre Caciques, Lideranças, Tchamoy e uma Karai Kunhã.



Fonte: