Autoridades, religiosos, representantes da sociedade civil e lideranças indígenas participaram nesta sexta-feira (25) de um ato público contra a impunidade e em defesa dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul, realizado na Assembleia Legislativa.
O evento teve por objetivo a união da sociedade sul-mato-grossense contra os constantes casos de violência e agressões à população indígenas.
No ato público foram lembrados índios e indigenistas que lutaram pela demarcação das terras e a qualidade de vida da população indígena de Mato Grosso do Sul, como Ronildo Vera, Oswaldo Lopes, Marcos Verón e Marçal de Souza.
Ao som do Hino Nacional executado na língua Guarani, os presentes no ato público cobraram punição e justiça aos inúmeros casos, inclusive, o mais recente atentado registrado no estado, contra o líder indígena Nísio Gomes, no último dia 18 de novembro.
O deputado estadual Pedro Kemp (PT), coordenador do ato público, acredita que é o momento de repudiar toda a violência que tem acontecido contra as comunidades indígenas nos últimos anos. “O ato serve também para cobrar das autoridades federais uma solução definitiva para os conflitos agrários envolvendo índios e proprietários rurais aqui no estado”.
Kemp lamentou os vinte e oito anos da morte de Marçal de Souza, que era uma liderança conhecida mundialmente. “Ele fez um pronunciamento na ONU, recebeu o papa aqui no Brasil, falando em nome das comunidades indígenas, foi assassinado. Um assassinato que ficou impune. E, depois de 28 anos, quantas lideranças indígenas também foram assassinadas?”.
Tatiana Ujacow, advogada e membro da Copai/OAB (Comissão Permanente de Assuntos Indígenas) e do ITC (Comitê intertribal de Memória e Ciência Indígenas), destacou a importância da discussão para Mato Grosso do Sul. “É muito importante que Mato Grosso do Sul perceba que a gente não pode mais calar a voz do povo indígena. Nós temos que fazer justiça social e que a violência aqui no estado está banalizada”.
A advogada que atua para que o preconceito e a violência contra os povos indígenas acabe, sempre ressalta a banalização desta situação. “As pessoas não dão a menor importância para esses temas que possuem a maior urgência, para impedir os conflitos”.
Tatiana que sempre defende o diálogo entre as partes envolvidas. “Conversarem e buscarem uma solução justa. As partes têm o direito, os povos indígenas têm direitos garantidos constitucionalmente”.
Uma carta em defesa dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul resultou do ato realizado na Assembleia. O documento será encaminhado às autoridades competentes e à presidente Dilma Rousseff.
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