A Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS (Copai) solicita mais empenho nas investigações do atentado ao ônibus escolar, ocorrido no dia 4 junho, no município de Miranda. O veículo que estava com 30 estudantes indígenas foi atacado e incendiado deixando diversas pessoas feridas.
Uma delas, Lurdesvoni Pires, de 28 anos, teve 70% do corpo queimado. A indígena, que estava internada há dois meses, na Santa Casa de Campo Grande, morreu no final da tarde desta terça-feira (23). Ela deixou quatro filhas pequenas, com 13, oito, seis e três anos de idade, que ficarão com a avó materna provisoriamente.
De acordo com testemunhas, em uma curva de estrada de chão na aldeia Babaçu, o ônibus escolar passou e alguém (não se sabe quantas pessoas) ateou uma espécie de tocha em chamas dentro do veículo escolar. O atentado ocorreu no território indígena Cachoeirinha, onde vivem 6 mil índios que habitam seis aldeias.
No início da investigação, especulou-se a hipótese do ataque ter sido motivado por uma briga envolvendo moradores da aldeia Babaçu contra os habitantes da aldeia Argola. A causa da suposta desavença, contudo, não foi revelada. A Polícia Federal assumiu as investigações e não descarta também a possibilidade do crime estar ligado à questões de terras. Ainda não há qualquer informação acerca do avanço das investigações.
A presidente da Copai, Samia Roges Jordy Barbieri, afirmou que a Comissão juntamente com o Conselho Municipal dos Direitos e Defesa dos Povos Indígenas irá acompanhar o caso e cobrar providências urgentes. “Estamos consternados, porque essa é uma situação muito séria, que não pode ficar sem um tratamento adequado. É necessário descubrir o autor, puni-lo e assegurar que novos episódios aconteçam”, afirma Samia.
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25 de agosto de 2011 • 09h34 • atualizado às 11h57
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