O governador André Puccinelli (PMDB) criticou a ação da Funai (Fundação Nacional do Índio) durante a solenidade de inauguração da primeira Vila Olímpica Indígena do Brasil que foi construída na Aldeia Jaguapiru em Dourados.
“A FUNAI precisa ser retirada das aldeias”, disse o governador num tom enérgico acrescentando que o órgão não sabe cuidar dos índios e quando entrar em ação “é só para atrapalhar”.
A declaração de Puccinelli foi o ponto alto da solenidade de inauguração onde sequer o hino nacional foi executado. Devido à ausência do Ministro dos Esportes que por causa de uma pane no seu avião não conseguiu chegar para o evento.
Na platéia estava a coordenadora regional da FUNAI em Dourados, Maria Aparecida Mendes de Oliveira que ficou enfurecida com as declarações do governador.
“Estamos há muito tempo de todas as maneiras sem contar com o apoio do Governo do Estado”, disse Maria Aparecida rechaçando as afirmações do governador que pretende garantir a segurança nas aldeias depois de um acordo direto com o Ministério da Justiça. ”Não quero conversa com a Funai”, disse ele.
Maria Aparecida disse que no dia 16 de maio acontecerá uma reunião de conciliação no Ministério Público Federal entre FUNAI, Governo Federal e Governo Estadual para que seja resolvido o assunto. Enquanto os índios pedem segurança na Reserva de Dourados, o Governo do Estado reclama que o órgão se nega autorizar a entrada da Polícia Militar.
Puccinelli e a coordenadora da FUNAI não se encontraram durante a inauguração mas o “mal estar” atingiu lideranças indígenas e outros funcionários do órgão que participavam da solenidade.
LIMINAR
No o final de Abril a Justiça atendeu a um pedido do MPF e concedeu uma liminar onde considera que o Governo Federal e a FUNJAI desobedecem a Constituição ao não garantir a segurança pública dos índios da Reserva de Dourados.
Na liminar a Justiça deu um prazo que a FUNAI faça convênios com o Governo do Estado e autorize a entrada de policias nas aldeias. Caso a liminar não seja cumprida a multa será de R$ 1 mil por dia. Conforme a decisão da Justiça deverá ser disponibilizar no mínimo doze policiais para atender as necessidades dos índios de Dourados.
A liminar atende pedido do Ministério Público Federal (MPF) que ajuizou ação para reverter o quadro de extrema violência em que vivem os indígenas das duas aldeias. São 12 mil pessoas confinadas em uma reserva de 3,6 mil hectares, constituída na década de 1920 em Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, localizada a 225 km ao sul da capital, Campo Grande.
Fonte:
09/05/2011 16:44
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