A Câmara Municipal de Campo Grande sediará na próxima quarta-feira (13), a partir das 9 horas, a Audiência Pública “Contra a Criminalização e a Violência aos Povos Indígenas”.
O evento, organizado pela ARPIPAN – Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal, com o apoio da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Câmara, Conselho Estadual do Direito do Índio, Conselho Municipal dos Direitos e Defesa dos Povos Indígenas de Campo Grande, FUNAI e Comissão Permanente de Assuntos Indígenas da OAB/MS, entre outras entidades representativas dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul, deverá reunir autoridades municipais, estaduais, vereadores, lideranças indígenas de todo o Estado e representantes das comunidades Terena, Kadwéu, Guarani-Kaiowá, Guató e Kinikinaw.
A proposta do evento é discutir a criminalização das lideranças indígenas e a violência contra os povos indígenas em Mato Grosso do Sul, como o atentado ocorrido em 03 de junho, na Aldeia Cachoeirinha, em Miranda, quando quatro pessoas ficaram gravemente feridas, entre elas um motorista e três estudantes residentes na aldeia.
O ônibus em que se encontravam os estudantes foi apedrejado e parcialmente incendiado, quando garrafas de vidro em chamas foram atiradas contra o veículo. Os quatro feridos sofreram queimaduras graves em várias partes do corpo e deles, três ainda continuam internados na Santa Casa de Campo Grande. Além de violência e a da criminalização de lideranças, a Audiência Pública deverá debater também a retomada e a ampliação dos territórios indígenas no Estado e em todo o País. Relatório do CIMI – Conselho Indigenista Missionário, de 2009, aponta que naquele ano de 59 áreas definidas para demarcação, apenas 9 foram efetivamente homologadas pelo Governo Federal.
Ontem, ao fazer uso da Palavra Livre, na Tribuna da Câmara, o vereador Athayde Nery (PPS), vice-presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos do Legislativo e um dos principais defensores das causas indígenas no Estado, falou sobre a importância da audiência e relembrou o atentado ocorrido em Miranda. Voltando a destacar a “indiofobia”, termo que o vereador já havia usado em sessão da Câmara à época do atentado, Athayde Nery ressaltou que o País “precisa voltar seus olhos ao nosso povo mais sofrido, que é a comunidade indígena” e conclamou os vereadores a participarem do debate do dia 13 de julho. “Esta Casa não pode ficar silenciosa, como nunca ficou. Temos de trazer para cá os grandes debates, porque o que esta Casa faz e fala repercute e repercute de forma significativa junto à sociedade”. Na avaliação do vereador, “a luta pela dignidade não para e não pode parar”.
Fonte:
http://www.camara.ms.gov.br/index.php?conteudo=texto&tb=noticia&id=168052
Marco Antonio Brito
Marco Antonio Brito
Assessoria de Imprensa
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