domingo, 30 de janeiro de 2011

Violência e drogas marcam relação entre índios do Mato Grosso do Sul

Na região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai, vivem índios guaranis kaiowás e terenas, que estão entre os povos mais ameaçados do Brasil.
“Meu pai me vendeu para o cara por R$ 2 mil”, conta uma índia guarani. Ela tinha apenas 11 anos quando foi vendida pelo próprio pai. Além dos R$ 2 mil, o comprador pagou ainda uma antena parabólica.
Na região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai, vivem índios guaranis kaiowás e terenas, que estão entre os povos mais ameaçados do Brasil. O Fantástico foi a uma das oito reservas criadas em Mato Grosso do Sul por volta de 1920 com o discurso de integrar a população indígena à sociedade. Famílias inteiras foram retiradas das áreas de origem e levadas para lá. Acostumados com muito espaço, os índios tiveram que se adaptar a uma nova realidade.
Só nas aldeias Jaguapirú e Bororó são cerca de 12 mil índios guaranis em uma área que fica praticamente dentro da cidade de Dourados. Falta espaço para plantar.
“Nossa dificuldade é para plantar. Tem pouco. Não tem casa boa. Não tem luz. Tem dificuldade até para comida”, lamenta a índia Élvia Araújo.


Mas o principal problema é a violência.

Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do Brasil. Segundo o Ministério Público Federal, a taxa de homicídio entre os guarani-kaiowá do estado é de cem para cada 100 mil habitantes, quatro vezes a média nacional.
“Um índice superior ao do próprio Iraque. Você tem uma população submetida a um índice de violência extremo”, aponta o procurador da República Marco Antônio Delfino de Almeida.
A proximidade com os brancos trouxe para as aldeias muito mais do que um novo idioma. De carona vieram o álcool, a maconha, a cocaína. Até a droga mais devastadora do momento já chegou por aqui.
“Aqui está rolando de tudo, já. Crack, maconha e até cocaína”, alerta a vice-líder da aldeia, Leomar da Silva, vice-líder da aldeia.
Uma índia de apenas 14 anos diz que está acostumada a fumar maconha com os amigos.
“Quando nós fumamos cinco, bomba aqui. Gostei da maconha até a primeira vez. Quando chego alguém com maconha, eu fumo”, diz.
O consumo de álcool e drogas potencializa a violência. Quando a equipe do Fantástico estava na aldeia Bororó, a índia Márcia Soares Isnardi, de 21 anos, tinha morrido apedrejada. O corpo foi encontrado no dia seguinte na beira da estrada.
“Ela estava tomando bebida alcoólica na casa da mãe dela. E de lá ela subiu para cá. E acabou morrendo no meio da estrada”, lembra o cacique e tio da índia morta, César Isnardi.
Quem sobrevive aos ataques violentos não esconde a tristeza. A índia Lucilene levou uma facada no rosto, quando o marido chegou em casa drogado. “Meu marido me batia porque ele fumava maconha. Fumava e bebia. Fumava droga”, conta.
Nas aldeias não há nenhum tipo de policiamento preventivo. Mas as autoridades têm conhecimento do que acontece por lá.
“Esse tráfico de drogas é o carro chefe de uma série de outros delitos que são consequência: violência doméstica, furtos, roubos”, comenta Antônio Carlos Sanches, delegado da Polícia Federal.
Uma vez por semana, pais de família se unem e vão para as ruas em um patrulhamento comunitário na aldeia.
“Eu peguei um menininho com 14 anos, drogado, louco. O que vai acontecer com esse menor?”, questiona diz uma mulher.
Não muito longe dali, no município de Ponta Porã, as adolescentes indígenas são as principais vítimas da desestruturação familiar das aldeias. Na fronteira entre Brasil e Paraguai, no município de Pedro Juan Caballero, do lado brasileiro, há vários pontos de prostituição de adolescentes, inclusive indígenas. A Iraci faz parte do Conselho Tutelar de Ponta Porã.
“A nossa divisa é só uma rua. E os adolescentes das aldeias que vêm se prostituir sabem desse limite nosso de autoridade aqui. Atravessou para lá, o conselho não pode fazer mais nada”, diz Iraci de Oliveira.
Uma índia tem 17 anos. Ela conta que se prostitui para comprar comida.

Repórter: O que você faz aqui no asfalto?
Índia: Passear.
Repórter: Passear é o quê?
Índia: Procurar dinheiro.
Repórter: Como que ganha dinheiro aqui?
Índia: Fazer programa.
Repórter: Quanto você ganha a cada programa que você faz?
Índia: R$ 30, R$ 40.
Repórter: O que você faz com o dinheiro?
Índia: Fazer comida.
Repórter: A sua mãe sabe que você está aqui?
Índia: Sabe.
Repórter: O que ela diz?
Índia: Vai procurar dinheiro.
Repórter: Ela sabe que você faz sexo?
Índia: Sabe.

Outra menor guarani, do início da reportagem, tenta se recuperar do trauma de ter sido vendida pelo pai ao dono de uma olaria por R$ 2 mil e mais uma antena parabólica.

Repórter: E aí você foi para a casa deste homem? E o que você sentiu?
Índia: Senti medo. Só sabia gritar.
Repórter: E o que ele falava?
Índia: Que ia transar comigo e me abusou.

Nós procuramos o homem que teria comprado a menina, mas ele não foi encontrado.
A Índia, hoje com 15 anos, vive em uma casa de proteção ao adolescente. Ela diz que não quer voltar a viver na aldeia. Vai se dedicar aos estudos e quer ser professora. “Eu quero ser alguém na vida, ter uma profissão”, diz.
“Solucionando a questão das terras, a gente cria um ambiente favorável para diminuir essa situação de violência que acontece tanto dentro das comunidades como também contra os próprios indígenas”, aponta Marcio Meira, presidente da FUNAI.
E os guarani ainda mantêm a tradição das casas de reza. Seu Getúlio diz todos os dias que pede aos deuses para pedir proteção e paz nas aldeias.


Fonte:
30/01/2011

Assista o vídeo na página do Fantástico

sábado, 29 de janeiro de 2011

Não a usina Belo Monte!

Caros amigos de todo Brasil,

Chegou a hora de agirmos! O governo acaba de aprovar uma licença “parcial” que libera a derrubada de árvores para iniciar o canteiro de obras para a construção da usina de Belo Monte.
A decisão já teve forte repercussão, o Ministério Público Federal no Pará declarou que a licença é ilegal e não poderia ser emitida sem o cumprimento das condicionantes ambientais. Mas a Presidente Dilma está se fazendo de surda.
Somente uma mostra da indignação geral de brasileiros de todo o país conseguirá persuadir ela a revogar a licença. Nós sabemos que a pressão funciona! Se um número suficiente de pessoas ligarem para a Dilma, poderemos ajudar a proteger a nossa preciosa floresta e conseguir a revogação da licença ilegal. Se não agirmos, a floresta começará a ser derrubada, a construção dos canteiros de obra iniciará e ficará cada vez mais difícil reverter esse quadro.
Vamos inundar o gabinete da Dilma com telefonemas hoje, mostrando que estamos atentos e prontos para impedir a destruição do Rio Xingu.
Só leva alguns minutos.

Ligue para o gabinete da Dilma agora: (61) 3411.1200, (61) 3411.1201 ou (61) 3411.2403


Veja algumas sugestões do que falar ao telefone. Lembre-se de se apresentar e ser educado:

Peça a revogação imediata da licença parcial concedida esta quarta-feira e pare o andamento do projeto
Cite a renúncia do Presidente do IBAMA e o processo do Ministério Público Federal declarando a ilegalidade da licença
Peça investimento em eficiência energética e fontes verdadeiramente limpas que não causam uma devastação ambiental
De acordo com a lei brasileira e internacional, o governo tem a obrigação de proteger os direitos básicos das populações indígenas e comunidades locais
Mencione a petição para parar Belo Monte com mais de 385.000 nomes, dizendo que esperamos que ela ouça a população
Duas semanas atrás o ex-Presidente do IBAMA renunciou ao cargo, se recusando a ceder a pressão política para emitir a licença de construção de Belo Monte. Mas o governo rapidamente apontou Américo Ribeiro Tunes, um substituto leal que caladamente assinou a licença pouco depois de assumir o cargo.
Porém, a pressão está aumentando por vários lados. O Ministério Público Federal no Pará está comprometido a entrar na justiça para parar Belo Monte, líderes indígenas estão voando do Pará para se reunir com o governo e a nossa petição de 385.000 nomes será entregue em Brasília.

Vamos mostrar a nossa indignação! Ligue para o gabinete da Dilma agora: (61) 3411.1200, (61) 3411.1201 ou (61) 3411.2403. Juntos nós podemos proteger a Amazônia. Depois de ligar escreva para portugues@avaaz.org para contarmos o número de ligações.

Para fortalecer a nossa ação, ligue também para a Ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira: (61) 2028-1057 or (61) 2028-1289, peça para ela parar de se omitir, fazer o seu trabalho e impedir este desastre ambiental.

Com esperança,
Luis, Alice, Graziela, Ricken, Ben, Maria, Pascal e toda a equipe da Avaaz


PS. Se você ainda não assinou a petição contra Belo Monte, assine aqui:



Fontes:
MPF vai à Justiça contra licença precária de Belo Monte:

MPF questiona licença de Belo Monte na Justiça:

Belo Monte: licença parcial não existe:


ONGs protestam e chamam licença parcial de Belo Monte de crime:

Reação em cadeia contra a licença a Belo Monte:

Kayapós usam geotecnologia para preservar florestas


Um projeto entre o Instituto Kabu, associação civil sem fins econômicos criada por indígenas Kayapós, e a Imagem, empresa especializada em Sistemas de Informações Geográficas (GIS, na sigla em inglês), está usando a geotecnologia para auxiliar na preservação florestal da aldeia daquela etnia, localizada no Pará.
Para o projeto, estão sendo utilizadas imagens aéreas e softwares na criação e edição de mapas digitais. Através dessas ferramentas, o Kabu monitora a área total da reserva (cerca de 8,5 hectares), reduzindo invasões e práticas ilegais de caça, garimpo e extração de madeira.
Alguns outros recursos captados através de uma parceria entre o Instituto, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e outros parceiros, para o desenvolvimento sustentável da aldeia e o resguardo do terras, foram investidos na compra de softwares, no treinamento de funcionários e no aluguel de equipamentos para sobrevoar e fotografar a reserva a cada 15 dias.


Como funciona
O projeto funciona através de uma base de geoprocessamento com bancos de dados, instalada pela Imagem e localizada no município de Novo Progresso, para cadastrar as coordenadas da reserva, fotos e mapas digitais e visualizar qualquer irregularidade em curtos espaços de tempo. As coordenadas são enviadas por meio de um rádio amador, localizado na aldeia, que funciona com uma bateria de carro.
Assim as informações são incluídas nos mapas e relatórios, desenvolvidos pelo Kabu, e enviados à Polícia Federal e Funai. Além disso, os indígenas foram capacitados para utilizar aparelhos de GPS para coletar coordenadas dos locais onda há invasões e outros tipos de práticas ilegais.


Fonte: http://www.cedefes.org.br

Por Viviane Prestes

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Agora o Guarani é idioma oficial do Paraguai em Reconhecimento aos Povos Indígenas

No último dia 6 de janeiro, o governo anunciou a conversão do Guarani em idioma oficial do Paraguai.
A decisão é um reconhecimento à contribuição dos povos indígenas paraguaios na construção do país e na sua identidade cultural.
A medida foi adotada em conformidade com a Lei de Línguas do Paraguai, que estabelece o Guarani e o Castelhano como idiomas oficiais do país. As demais línguas indígenas e de grupos minoritários são consideradas patrimônio cultural da nação.
De acordo com informações do último censo nacional, 37% da população fala Guarani e 50% é bilíngüe (Guarani e Espanhol).
A promulgação da lei coincide com as celebrações do bicentenário da independência do país e, conforme o governo paraguaio, atende a “um dos instrumentos de reivindicação culturais mais significativos das últimas décadas”.
A Lei de Línguas prevê a criação da Secretaria Nacional de Políticas Linguísticas, órgão que será responsável pelo planejamento, pesquisa, documentação e promoção das línguas indígenas do país e também da Academia da Língua Guarani para a normatização da linguagem e constituição do alfabeto e da gramática do idioma.
A elaboração do código recebeu a contribuição da Comissão Nacional de Bilinguismo e da sociedade civil que durante três anos discutiram propostas de lei que foram unificadas para a construção do texto final da Lei de Línguas.


Fonte: http://uniaocampocidadeefloresta.wordpress.com/2011/01/26/guarani-e-idioma-oficial-do-paraguai/
26/01/ 2011 10:11:59

Presidente da CEAI/OAB/MS é convidada a palestrar nas comemorações de 25 anos do IEA, em SP

A Drª Samia Roges Jordy Barbieri, presidente da CEAI/OAB/MS e autora do livro "Os Direitos Constitucionais dos Índios e o Direito às Diferenças, Face ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana", fará palestra sobre o tema da obra na programação de comemoração aos 25 anos de existência do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, IEA, que acontecerá em 2011.



Segue a programação preliminar:

O IEA comemora 25 anos de criação em 2011. Para celebrar esse aniversário e projetar as próximas décadas do Instituto, os grupos de pesquisa, pesquisadores, integrantes do Conselho Deliberativo e Diretoria estão programando diversas atividades nas várias áreas de atuação do IEA. A programação especial comemorativa será divulgada ao longo do primeiro semestre do próximo ano.
Além da programação comemorativa, o IEA terá uma série de atividades em suas principais áreas de atuação, que são: Ambiente e Sustentabilidade; Ciências Naturais; Ciências Humanas e Sociais; e Inovação e Tecnologia. O público que acompanha as realizações do Instituto e delas participa tem abaixo um resumo das principais atividades agendadas.


AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

MUDANÇAS GLOBAIS

"O Plano Brasileiro para um Futuro Sustentável" é o tema da 4ª Conferência Regional sobre Mudanças Globais, que acontecerá de 4 a 7 de abril de 2011, no Memorial da América Latina. A principal meta é contribuir para o aprimoramento do Plano Brasileiro de Mudanças Climáticas. Os organizadores da conferência são o Grupo de Pesquisa de Ciências Ambientais do IEA, a Academia Brasileira de Ciências, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, a Rede Clima e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climática. Mais informações podem ser obtidas no site www.mudancasglobais.com.br ou pelo e-mail faleconosco@mudancasglobais.com.br.

AMAZÔNIA

O Grupo de Pesquisa Amazônia em Transformação: História e Perspectiva já programou três seminários para 2011: em março, "Mercados Socioambientais"; em junho, "Montagem da Rede do Amazoniea"; em outubro, "Recursos Hídricos da Amazônia 2". Os seminários serão coordenados por Maritta Koch-Weser (IEA e Earth3000), responsável pelo grupo.


POLINIZADORES

Outra atividade da área será o lançamento de um livro sobre o estado da arte dos polinizadores no Brasil, em preparação pela bióloga Vera Lucia Imperatriz Fonseca (IEA e IB-USP), coordenadora do Grupo de Pesquisa de Serviços dos Ecossistemas.


CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DIREITOS HUMANOS

"Liberdade, Direitos Humanos e Imprensa" é o tema de ciclo de debates que acontecerá em abril e maio, sob a coordenação de Dennis de Oliveira (ECA-USP). O ciclo é uma parceria do IEA com o Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP e o Instituto Vladimir Herzog (IVH). Além de Oliveira, integram o comitê organizador Eugênio Bucci (ECA-USP) e Ivo Herzog (IVH).


A programação preliminar contém os temas:

•os anos 70, Vladimir Herzog e sua experiência pioneira de jornalismo independente em uma instituição pública;

•direitos humanos, a liberdade de expressão e liberdade de imprensa no Brasil;

•a questão feminina, direitos humanos e o jornalismo;

•o papel do jornalismo no combate às várias formas de autoritarismo;

•o papel social do jornalismo na construção de uma sociedade pautada pelos direitos humanos.


EDUCAÇÃO

A agenda do Grupo de Pesquisa de Temas Atuais da Educação prevê a realização de dois seminários no próximo ano: um sobre "Educação e Cidadania", dividido nos subtemas "A Educação como Direito Social" e "Educação para a Cidadania"; o outro seminário será sobre "Qualidade da Educação, o Que É e como Promovê-la".
O grupo também pretende convidar o filósofo húngaro István Mészáros, da Universidade de Sussex, Reino Unido, para proferir um ciclo de conferências sobre "Educação e Sociedade". Professor da Universidade de Sussex, Inglaterra, Mészáros já lecionou na Escócia, Canadá e México e é autor de textos influentes sobre a educação no mundo atual.
Outra atividade do grupo será a publicação digital dos textos dos seminários "O sentido formativo das Humanidades" (2008) e "O sentido formativo das Ciências" (2009).

INTERCULTURALIDADE

O Grupo de Pesquisa de Políticas Públicas, Territorialidade e Sociedade e a revista francesa "Hommes & Migrations" realizarão o seminário "Migrações e Interculturalidade no Brasil e na França". O evento reunirá pesquisadores brasileiros e franceses que trabalham com as temáticas migratórias, com o objetivo de consolidar uma parceria entre o Memorial do Imigrante e a revista "Travessia" (do Centro de Estudos Migratórios) com a Cité National de l'Histoire de l'Immigration, França. Neli Aparecida de Mello Théry (IEA e EACH-USP), coordenadora do grupo de pesquisa, responde pela organização do seminário.
O Grupo de Pesquisa de Diálogos Interculturais, coordenado por Sylvia Dantas (IEA e Unifesp), organizará no segundo semestre de 2011 seu segundo seminário, com a participação de pesquisadores do grupo e convidados internacionais. O grupo continuará a abordar, a partir de diferentes disciplinas, as decorrências do contato entre culturas em suas diversas dimensões.

Samia Roges Jordy Barbieri, autora do livro "Os Direitos Constitucionais dos Índios e o Direito às Diferenças, Face ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana", fará palestra sobre o tema da obra. O evento terá coordenação da antropóloga Betty Mindlin.


BRASIL-MÉXICO

O Convênio IEA-Colégio do México programou duas atividades para 2011: o seminário "Pesquisa Urbana Comparada: São Paulo-Cidade do México, que será coordenado por Martha Schteingart (Colégio do México) e Suzana Pasternak (FAU). Os temas do encontro são: a questão urbana, segregação, moradia e serviços urbanos; violência e direitos humanos; pobreza e lutas sociais; governo e políticas públicas; desenvolvimento sustentável e meio ambiente. Outra atividade prevista pelo convênio é o curso de difusão cultural "Cultura e Política na História do México", a realizar-se de abril a junho.

BRASIL-FRANÇA

O Núcleo de Pesquisa Brasil-França (Nupebraf) produzirá um livro com as exposições feitas no ciclo "Cinco Séculos de Presença Francesa no Brasil", realizado em 2008 como parte da programação do Ano da França no Brasil. A organizador do livro será Leyla Perrone-Moisés (FFLCH-USP), coordenadora do ciclo. Outra atividade relativa às relações com a França será a "Jornada de Cooperação Científica Franco-Brasileira em Ciências Humanas e Sociais" do Programa Saint-Hilaire, iniciativa da Embaixada da França no Brasil e da Capes. A coordenação da jornada será de Hervé Théry (Cátedra Pierre Monbeig-FFLCH-USP e CNRS, França).


PSICOLOGIA

A Cátedra Bernardo O'Higgins, convênio entre a USP e a Universidade de la Frontera (Ufro), Chile, realiza em janeiro um curso de verão sobre psicologia clínica na universidade chilena. O curso será ministrado pelo coordenador da cátedra, Andrés Eduardo Aguirre Antúnez (IP-USP). Outra atividade ligada à psicologia será a preparação de um livro sobre "Uma Visão Multidisciplinar do Espaço", a ser produzido pelo Grupo de Pesquisa de Psicologia Socioambiental a partir de uma série de conferências.


CIÊNCIAS NATURAIS

SAÚDE

Em junho, o Grupo de Pesquisa Nutrição e Pobreza lançará o livro "Desnutrição, Pobreza e Sofrimento Psíquico", uma co-edição do IEA com a Edusp com artigos de vários integrantes da equipe. O grupo também prevê a realização de uma conferência sobre "História da Política de Alimentação e Nutrição no País" e de um ciclo sobre os "Desafios para a Erradicação da Pobreza", que tratará, entre outros aspectos, das dificuldades em educação, acesso à saúde e garantia de direitos para o combate à pobreza. Essas atividades serão coordenadas por Ana Lydia Sawaya, coordenadora do grupo.

O ciclo de seminários "Idosos do Brasil: Estado da Arte e Desafios", coordenado por David Braga Jr., realizou dois encontros no último trimestre de 2010, terá continuidade com debates sobre:

•fisiologia e fisiopatologia do envelhecimento;

•modelos de atenção e de organização das redes de serviços e linhas de cuidados, financiamento, estrutura, processos e impactos;

•formação e capacitação profissional;

•sistema de informação;

•trabalho, renda, previdência e assistência social;

•empreendedorismo, lazer, entretenimento, cultura e arte;

•aspectos urbanos e habitacionais;

•hospitais, casas de repouso, asilos, residências protegidas;

•questões jurídicas, custódia, interdição, tutela, herança, testamento;

•questões relacionadas à bioética, a biologia x a biografia;

•o direito relacionado à imagem, à linguagem e à memória;

•da decisão sobre a terminalidade da vida.


LÓGICA

O Grupo de Lógica e Teoria da Ciência continuará a série de Seminários de Lógica Paraconsistente Anotada em Biomedicina, Automação e Robótica no Instituto Oscar Freire da Faculdade de Medicina da USP, toda 1ª quarta-feira de cada mês, às 13h30, sob a coordenação de Jair Minoro Abe, responsável pelo grupo. Outra atividade de Abe em 2011 será sua participação na sessão "Fuzzi and Paraconsistent Intelligent Systems" da 2011 IEEE International Conference on Fuzzi Systems, de 27 a 30 de junho, em Taipei, Taiwan.
O grupo receberá a visita de Kazumi Nakamatsu, da Faculdade de Ciências Humanas e Meio Ambiente da Universidade de Hyogo, Japão. Nakamatsu pesquisa vários tipos de lógicas e suas aplicações à ciência da computação, em especial a lógica paraconsistente anotada.


INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

OBSERVATÓRIO

O Grupo de Pesquisa Observatório da Inovação e Competitividade dará prosseguimento em 2011 à sua programação habitual de seminários nas manhãs de segunda-feira, com exposições de pesquisadores, representantes de órgãos governamentais ligados à temática e representantes do setor industrial.

ENERGIA NUCLEAR

Outra atividade da área será uma mesa-redonda com o tema "Energia Nuclear: do Anátema ao Diálogo", com a participação de José Goldemberg (IEE-USP), Leonam dos Santos Guimarães (Eletronuclear) e José Eli da Veiga (FEA-USP), que coordenará a atividade.





quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Seminário estuda direito dos indígenas em dois dias em Campo Grande

Na quinta-feira e sexta-feira (27 e 28), será realizado o “Seminário Indígena Marçal Vive!”,
com o objetivo de estudar a cultura e a realidade das comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul. Promovido pela Rede de Educação Cidadã e o Teatral Grupo de Risco, o evento será no espaço Romeu e Julieta, rua 26 de agosto, nº 2.335, bairro Amambaí, com o lema "O Banguela dos lábios de mel não se calou", das 8h às 18h nos dois dias.
Os temas vão abordar os direitos e territórios dos indígenas e ainda, fortalecer o debate sobre as políticas públicas de saúde, educação e cultura, propondo novas perspectivas de ação. No primeiro dia do seminário, o evento conta com duas mesas intituladas: "Políticas Públicas e Direitos Indígenas", pela manhã e "Direitos Indígenas e territórios", pela tarde. No segundo dia, haverá uma discussão em torno da "Saúde Indígena" de manhã, e "Educação e Cultura", finalizando o seminário. A entrada para o evento é gratuita, mas deve ser confirmada por meio de ligação telefônica, (67) 3383 0393.


Fonte:  SÍTIO CAMPO GRANDE NEWS, 25.01.2011

Tribo Kamayurá do Alto Xingu tem mulher como pajé

Nesta aldeia, as meninas ficam presas durante anos dentro das malocas até se tornarem mulheres. E se revelam guardiãs da cultura única de sua gente.



Elas são bonitas, vaidosas, mães dedicadas, As kamayurá são guerreiras em defesa da tradição. Nesta aldeia as meninas ficam presas durante anos dentro das malocas até se tornarem mulheres. E se revelam guardiãs da cultura única de sua gente.




Assista agora a reportagem que foi apresentada no Fantátstico:
Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=mLSOZOZYtoY



Fonte: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1643454-15605,00-TRIBO+KAMAYURA+DO+ALTO+XINGU+TEM+MULHER+COMO+PAJE.html

O Poder e as Mulheres Indígenas

Prezadas Irmãs Indígenas.
Vejam como é importante falar, escrever, salientar e também ouvir.
Nossa tradição indígena é a oralidade e não a formalidade, mas agora as Mulheres Indígenas vem acendendo postos com qualidade intelectual, educacional e sem deixar de lado o emocional e o tradicional. Mais uma lição dos Povos Indígenas.
Por isso lancei aquela idéia de termos uma Presidenta na FUNAI, assim como sempre apoiei as Mulheres como respeito a tradição dos meus pais e avós, e uma das primeiras guerreiras que tive ao meu lado ao lançar o movimento indigena no inicio dos anos 80, foi a Sra. Kitéria Pankararu, hoje vivendo no campo eterno.
Hoje em dia existe uma gama de Mulheres Indígenas, jovens e senhoras, em vários níveis de atuação, mas eu observo e sempre cobro, sem acesso ao poder das politicas públicas e isso tem que mudar. São de várias etnias e que estão estudando ou já com formação universitária em vários cursos. Poderia citar uma variedade de Mulheres Indígenas que já caminharam com a gente em vários cenários, inclusive no exterior.
Conheço e valorizo muitas, e como em todo lugar, umas se destacam mais que outras, mas se a gente esquece de citar alguma é porque fica difícil lembrar ou conhecer a todas, sem qualquer intenção de discriminar ou excluir.
Nós que atuamos e demos inicio com 15 jovens indigenas, todos homens, sempre ficamos emocionados ao ver uma formanda, uma mestranda e até doutoranda pegando seu diploma.
No fundo do meu coração, penso que pessoalmente contribui para isso no passado. Agora é ir em frente!
Em todos os eventos que promovemos ou participamos, sempre exigimos a presença da Mulher Indígena com voz tradicional, força de espirito e ícone de um novo tempo.
Se não participamos de algum evento de formatura não é porque não estamos prestigiando, mas porque o convite não chegou ou porque faltou grana pra estar presente.

Viva as Irmãs Indígenas.
Viva as doutoras indígenas.


Fonte: Marcos Terena, by e-mail

Crianças indígenas morrem em MT e prefeitura desvia verbas

A Prefeitura de Campinápolis está sendo investigada em inquérito policial sobre desvio de verba repassada mensalmente pelo Governo Federal para investimento na saúde da população indígena daquele município. A fraude teria ocorrido entre 2007 e 2009, informa a jornalista Sandra Carvalho, em seu blog, nesta segunda-feira, dia 24.
São quase R$ 3 milhões por ano que chegam aos cofres da prefeitura anualmente para garantir assistência a saúde dos Xavante. Apesar da cifra milionária, 37 crianças indígenas morreram em 2010 por falta de assistência básica à saúde, vítimas de doenças como pneumonia, diarreia e verminose.
De acordo com a Controladoria Geral da União, em Mato Grosso foram desviados pelo menos 14 milhões de recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o que representaria 10% da verba total de 2010.
O alto índice de mortalidade infantil nas aldeias Xavante de Campinápolis, denunciada com exclusividade em novembro do ano passado pelo Blog da Sandra Carvalho após acesso a um levantamento feito na região, vem ocorrendo há vários anos sem uma ação enérgica para combater o problema. Em janeiro, após a denúncia vir à tona, o Ministério da Saúde enviou técnicos até Campinápolis para apurar a situação e adotar medidas para reestruturar os escritórios locais da Funasa. O Ministério da Saúde ainda anunciou a liberação de R$ 2milhões para combater a mortalidade infantil indígena na região.


Fonte: Redação 24 Horas News
25/01/2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Criança é encontrada amarrada em cadeira no interior do MS

Após denúncias, uma menina, de 10 anos, vítima de maus-tratos foi encontrada por policiais militares sozinha em uma casa, sentada em uma cadeira com os pés e mãos amarradas com fita adesiva. O fato aconteceu nesse domingo (23), na Pedreira Santa Maria, próximo a Reserva Indígena, em Itaporã.
Enquanto os policiais ainda estavam no imóvel, J.R., de 36 anos e J.A.M.S., de 46, chegaram ao local e negaram ter prendido a criança.
A menor foi levada pelo Conselho Tutelar até o Hospital Municipal de Itaporã, com hematomas e também com uma grande queimadura, que segundo ela foi provocado por óleo quente, visto que é obrigada pela mãe a cozinhar, lavar, passar, limpar a casa entre outros.
Ainda na pedreira, de acordo com o site Itaporã Hoje, testemunhas relataram aos policiais, que J.R., vende produtos alimentícios aos indígenas a preços superfaturados e que se apropria de Cartão do Bolsa Família para garantir o pagamento.
Na bolsa da mulher os militares acabaram encontrando um Cartão do Bolsa Família em nome de uma indígena. Argumentada sobre a acusação, ela disse que havia vendido um aparelho celular e que estava com o cartão para garantir receber a dívida.
O casal foi levado à Delegacia de Polícia, onde foram indiciados por maus tratos à menor.


24/01/2011 15:45

Casa do Artesão corumbaense promove curso de técnica indígena de cestaria

A Casa do Artesão de Corumbá oferece um curso de cestaria com fibras de aguapé e camalote, plantas aquáticas da região pantaneira. As aulas começaram hoje, 24 de janeiro.
As aulas terão duração de 30 dias e acontecerão no período da manhã.
Entre os procedimentos que serão repassados estão: manuseio da fibra, coleta de aguapé, secagem, preparação do material para trançado, cortar pontas e pés, preparar emendas, trançado, confecção da peça, modelagem e costura.

Mais informações sobre o curso podem ser obtidas pelo telefone (67) 3231-2715.


Fonte:
http://www.midiamax.com.br/noticias/738596casa+artesao+corumbaense+promove+curso+tecnica+indigena+cestaria.html
Diário Online/JG
24/01/2011 21:18

Relatório da CGU aponta falhas na gestão de contas e ações da Funasa/MS

Enquanto a Controladoria Geral da União – CGU revela o alto índice de irregularidades nacionais da Funasa, que envolveriam recursos da ordem de R$ 488,5 milhões, nos estados os auditores regionais do órgão levantam os números locais.
Em Mato Grosso do Sul, a unidade regional da CGU em Campo Grande está concluindo a auditoria do ano passado, mas os dados disponíveis de 2009 indicam que as irregularidades estão no mesmo caminho da maioria dos estados brasileiros.
Os próprios dados oficiais da Funasa/MS, que constam no “Relatório de Gestão” de 2009, demonstram o “vai e vem” entre projetos, liberação de verbas e a sua execução, em função de falhas de acompanhamento de obras, não indicação de responsáveis técnicos e valores acima do permitido pela própria direção nacional da Funasa.
A Funasa/MS é responsável por obras de saneamento (água e esgoto) em pequenos municípios e aldeias indígenas, e também pela coordenação e acompanhamento dos projetos do PAC/Funasa conveniados com as prefeituras.
Em MS, a Fundação sofre influência direta do governo do Estado, que assumiu algumas das suas atribuições, como licitar obras do PAC-Funasa, via Agesul, e entregar cestas básicas às comunidades indígenas, com a SETAS- secretaria estadual de assistência social. Além de efetuar parcerias com a Sanesul.
A fiscalização da correta aplicação dos recursos federais pela Funasa/MS fica a cargo da da Regional da CGU e da Secretaria de Controle Externo de Mato Grosso do Sul (Secex-MS), vinculada ao TCU. Ao analisar o último relatório da Fundação, de 2009, a Controladoria regional apontou casos de contratações irregulares, com obrigatoriedade de devolução de valores, favorecimento, sobrepreço, dispensa indevida de licitações, acumulação ilegal de cargos, não cumprimento de jornada de trabalho e falta de controle de bens adquiridos.
Estas informações constam do Relatório de Auditoria de Contas de 2009, da Regional/CGU, concluído em 17 de Junho de 2010, na sua sede em Campo Grande. Um exemplo é o caso de uma empresa vencedora de licitação no valor de R$ 739 mil, para ampliação de sistemas de água em aldeias. Segundo trecho da auditoria da Regional/CGU, houve favorecimento à empresa vencedora, que obteve atestado de visita técnica às aldeias licitadas, de funcionário da Funasa/MS, sem ter ido aos locais:
“(Edital da Tomada de Preços nº 02/2009). A equipe de auditoria constatou que as declarações de vistoria apresentadas pela empresa vencedora para os diferentes processos licitatórios e de cujas obras estão localizadas em diferentes aldeias e municípios, datam do mesmo dia, 12/11/2009 e foram realizadas pelo Responsável Técnico da empresa e atestadas pela servidora chefe da Divisão de Engenharia de Saúde Pública (DIESP), em Campo Grande-MS (...) a empresa vencedora, mesmo não cumprindo condição necessária a sua habilitação, foi indevidamente habilitada e adjudicada vencedora do certame, o que indica favorecimento à empresa, indevidamente contratada pela FUNASA/MS, em decorrência das irregularidades citadas”.
No próprio “Balanço 2009” da Funasa/MS há casos que envolvem estorno de valores em processos licitatórios pela presidência da Funasa em Brasília, que resultaram em anulação do edital. Um exemplo:


“1.1. Justificativas:

“Houve a revogação dos processos licitatórios das Tomadas de Preços, cujo objeto tratava da implantação de Melhorias Sanitária Domiciliares/MSD em Plástico Reforçado com Fibra de Vidro nas aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul, devido o custo unitário da melhoria ter ultrapassado o valor estimado na planilha orçamentária apresentada pela FUNASA. Portanto FUNASA/Presidência estornou R$ 2.004.142,00. Foi solicitada a descentralização do orçamento, para 2010 tentar novamente realizar o processo licitatório.”
Outro item que chama a atenção é o detalhamento da Ação 7684 - Saneamento Básico em Aldeias Indígenas para Prevenção e Controle de Agravos. A ação envolveria 72 aldeias, 13 projetos de sistemas de água, acompanhamento de 68 convênios de 2008 e mais 35 obras de exercícios anteriores.
Para a GCU/MS, a Funasa/MS não apresentou “informações suficientes que demonstrem o seu cumprimento”, fato ocorrido em função da” não apresentação de informações detalhadas sobre as ações e atividades planejadas e executadas no decorrer de cada exercício”
Ao se contrapor ao questionamento da GGU/MS, a direção regional da fundação enviou quatro tabelas com dados relativos às obras de saneamento em aldeias. Ao analisar os novos dados, a Controladoria reprovou as tabelas:
“Os dados sobre Aldeias Beneficiadas (Tabela A) demonstram que apenas 10 aldeias foram atendidas, divergindo das informações contidas no item 2.4.4 do Relatório de Gestão, tópico que trata da Execução Física e Financeiras das ações da unidade, onde foi registrado o atendimento de 72 aldeias;
A tabela "B" sobre "Projetos Elaborados" descreve que nenhum dos 13 projetos previstos foi concluído, contradizendo os dados do item 2.4.4 do Relatório de Gestão;
A tabela "C" que trata do "Acompanhamento de convênios" demonstra que apenas 02 convênios foram vistoriados, divergindo da informação do item 2.4.4 do Relatório de Gestão, onde constam 68”
A auditoria da Controladoria regional foi encaminhada para a CGU, em Brasília, e acolhida. Em julho de 2009, os pareceres foram encaminhados ao ministro Temporão, da Saúde, e depois ao TCU, onde encontram-se em tramitação.
A nova auditoria sobre as ações da Funasa/MS em 2010 sairá em meados deste ano, segundo Carlos Eduardo Girão de Arruda, diretor da CGU/MS.


Fonte:
http://midiamax.com/noticias/738578-relatorio+cgu+aponta+falhas+gestao+contas+acoes+funasa+ms.html
25/01/2011 07:00

sábado, 22 de janeiro de 2011

Funai exonera coordenadora regional de Ponta Porã

O Diário Oficial da União de sexta-feira traz a publicação da exoneração da coordenadora regional da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Ponta Porã, Arlete Pereira de Souza.
Nas eleições de 2010, Arlete foi presa pela Polícia Federal transportando junto com as cestas distribuídas aos indígenas material de campanha do marido, o então candidato a deputado estadual Dirceu Longhi.
O casal também esteve envolvido em outro escândalo. Longhi é vereador e foi preso na Operação Uragano, em setembro do ano passado. Ele é acusado de receber proprina para atender interesses do grupo do ex-prefeito Ary Artuzi.
Ela foi flagrada transportando adesivos, panfletos e banners de Longhi, em carro oficial da Funai. Depois de apreender o material, Arlete foi liberada.
Para o lugar dela, o órgão designou Silvio Raimundo da Silva para assumir a coordenação regional do órgão.


Fonte: http://www.campograndenews.com.br/cidades/funai-exonera-coordenadora-regional-de-ponta-pora-presa-durante-eleicoes
22/01/2011 08h23 - Atualizado em 22/01/2011 08h23

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ajude a dizer NÃO à Belo Monte e proteja 40 mil indígenas!!!

Vamos dizer NÃO à criação da usina Belo Monte, na Amazônia


Assine vc também a petição online que está correndo o mundo

Não podemos deixar que destruam 400 mil hectares de floresta
que expulsem 40 mil indígenas e outras polulações locais,
que destruam um habitat precioso e inúmeras espécies de igual valor


Acesse este link e salve nossa floresta e salve os índios!!!

https://secure.avaaz.org/po/pare_belo_monte/?vl



Ajudem a divulgar!!!!!!!!!

Mega-Projeto, Mega-Riscos: análise de riscos para investidores em Belo Monte

Instituições financeiras que vierem a investir em Belo Monte podem sofrer grande prejuízo financeiro. Isto é uma das conclusões do relatório "Mega-Projeto, Mega-Riscos: Análise de Riscos para Investidores no Complexo Hidrelétrico Belo Monte", produzido pelas ONGs Amigos da Terra - Amazônia Brasileira e International Rivers. Amigos da Terra enviou o relatório a vinte instituições financeiras, relacionadas com o projeto de Belo Monte.


Danos irreparáveis

O risco se explica, pelo desempenho limitado da usina, que não compensa seu custo. Além deste risco, por ser um projeto que enfrenta resistência da sociedade e de povos indígenas, e que causa sérios impactos no meio ambiente, Belo Monte pode causar danos irreparáveis à imagem de uma empresa ou instituição, explica Roland Widmer: "Bancos e outros financiadores devem enfrentar riscos financeiros e de reputação, dado o enorme potencial de danos ambientais e sociais". Widmer é o coordenador de Eco-finanças da Amigos da Terra e co-autor do estudo.
Segundo o estudo, as instituições financeiras que optarem por investir em Belo Monte poderão ser co-responsabilizadas pelos danos sociais e ambientais que a usina causar. Um grande grupo de movimentos sociais tem alertado as instituições em questão desta intenção, desde o ano passado.


Bilhão de dólares

Além das questões financeiras e de impactos ambientais, as empresas e instituições parceiras do projeto já enfrentam ações na Justiça. Até o momento, o Ministério Público Federal e organizações da sociedade civil entraram na Justiça com dez ações diferentes, questionando ilegalidades do processo de licenciamento ambiental.
"Apenas o reassentamento forçado de comunidades indígenas que vivem ao longo da Volta Grande do Xingu - um trecho de 100 km onde o rio será desviado para canais artificiais para gerar eletricidade - pode resultar em ações de até um bilhão de dólares", explica o procurador da República Felício Pontes, do MPF do estado do Pará.
O consórcio e outros investidores responsáveis pela obra também enfrentam reclamações sobre violações de acordos internacionais sobre direitos humanos e proteção ambiental nas Nações Unidas e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos.


Petição mundial contra Belo Monte

Um exemplo do dano à imagem de empresas ligadas ao empreendimento, está ocorrendo agora mesmo. Uma campanha de petição on-line, da organização mundial Avaaz, está percorrendo o mundo e tem juntado até o momento mais de 300.000 assinaturas. As assinaturas serão entregues ao governo brasileiro.
Leia o relatório na íntegra: "Análise de Riscos para Investidores no Complexo Hidrelétrico Belo Monte"
(para uma versão em resolução maior clique aqui) http://ef.amazonia.org.br/index.cfm?fuseaction=noticia&id=375855


Acompanhe a petição on-line: Pare Belo Monte: Não a Mega Usina na Amazônia.




Foto: Lideranças Kayapó reunidas em Altamira em protesto à usina de Belo Monte

Artesanato indígena preserva cultura

Para os povos indígenas manter a tradição dos antepassados é uma forma de preservar a própria história. Uma das culturas que permanecem forte a cada geração é o artesanato.


Assista o vídeo: http://rmtonline.globo.com/addons/video_player.asp?em=3&v=24268



Fonte: TV Morena
MSTV 1ª Edição

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

UNIGRAN abre edital para seleção de tradutores de línguas indígenas

A Unigran acaba de ser selecionada para participar de um projeto em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cujo objetivo é o de traduzir documentos referentes aos direitos indígenas para a língua materna dessas comunidades. Esta atividade faz parte do escopo de trabalho do Programa Conjunto implementado por cinco Agências Especializadas das Nações Unidas, denominado ´´Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas em Dourados e no Alto Solimões´´
Neste contexto, a OIT, a FAO, o UNICEF, o PNUD e a OPAS tem como objetivo principal promover a segurança alimentar e nutricional de mulheres e crianças indígenas por meio do desenvolvimento de diversas ações.(Para saber mais acesse http://ecos-nutripovosindigenas.bvs.br/tiki-view_articles.php)
Para a professora responsável pelo projeto, Terezinha Bazé de Lima, “o próprio Estado é responsável pela degradação do direito indígena a partir do momento em que não publica as normas em suas línguas maternas”. O terena Fernando da Silva Souza concorda com a afirmação ao destacar que “documentos publicados somente na língua portuguesa, dificultam o acesso dos indígenas aos seus direitos”.
O projeto, que busca minimizar esse problema, foi denominado “Tradução, revisão e validação de documentos internacionais de defesa de direitos indígenas nas línguas guarani-kaiowá e terena” e envolverá além de toda comunidade indígena de Dourados, as universidades e órgãos que trabalham com essa população.
Podem participar das traduções, indígenas guarani-kaiowás e terenas, que estejam cursando, ou tenham concluído, o nível superior em instituição reconhecida pelo MEC. A seleção será feita de acordo com a pontuação prevista no edital.
Indígenas interessados devem comparecer de 18 a 24 de janeiro, na Pró-reitoria de Ensino e Extensão da Unigran, situada à Rua Balbina de Matos, 2121,- Jardim Universitário em Dourados, das 14h às 17h. Importante atentarem aos documentos descritos no edital disponível na página da Unigran. Mais informações pelos telefones: (67) 3411-4203, 3411-4173 e 3411-4153.
Confira o Edital.


Fonte: AGORA MS
http://www.agorams.com.br/index.php?ver=ler&id=188963
19/01/2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Povo Guarani Kaiowá recebe prêmio do Governo Federal, nesta sexta-feira, na UFGD

Há 16 anos, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República premia entidades e pessoas que trabalham na promoção e defesa dos direitos de pessoas ou grupos sociais em situação de risco.
Em 2010, o Governo Federal ofereceu o Prêmio “Garantia dos Direitos dos Povos Indígenas” ao Aty Guassu, o conselho dos povos Guarani Kaiowá da região que compreendemos como Sul do Mato Grosso do Sul e proximidades. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi quem entregou a premiação aos representantes do Aty Guassu, que foram à Brasília no dia 10 de dezembro de 2010.
Na próxima sexta-feira, dia 21 de janeiro de 2011, haverá uma nova cerimônia de premiação, desta vez na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), onde o Povo Guarani Kaiowá poderá estar presente para sentir-se homenageado.
Segundo a própria Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, “o prêmio, composto por uma escultura e um certificado, é concedido pelo governo federal a pessoas e organizações cujos trabalhos na área dos Direitos Humanos sejam merecedores de reconhecimento e destaque por toda a sociedade”.
Conforme Anastácio Peralta, um dos representantes do Povo Guarani Kaiowá presente na premiação realizada em Brasília, “este prêmio está sendo concedido a todas as comunidades do nosso povo. A importância desse prêmio é o reconhecimento de nossas lutas, especialmente pela terra e nossos direitos”.
Ao longo de 16 anos de existência, o Prêmio Direitos Humanos já foi concedido a diversas pessoas e instituições. Entre as personalidades e entidades premiadas estão: Herbert de Souza, o Betinho; o projeto social AfroReggae; o Cardeal Emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns; a novelista Glória Perez e o padre Júlio Lancelotti, entre outros.


O evento

A entrega oficial do “Prêmio Direitos Humanos categoria Garantia dos Direitos dos Povos Indígenas” será no dia 21 de janeiro de 2011, às 19h30, na Unidade I da UFGD, localizada na Rua João Rosa Góes Nº 1761, Vila Progresso, Dourados – MS. O evento será no auditório, cuja entrada fica pela lateral do prédio da reitoria, na rua Gustavo Adolfo Pavel.


Fonte: Drª Adriana Rocha - CEAI/OAB/MS, por e-mail
18/01/2011

OAB/MS na campanha pelas vítimas da enchente da Região Serrana do Rio

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul, solidarizada com as vítimas da enchente, além de disponibilizar em seu site as contas fornecidas pelas prefeituras das cidades atingidas, também está divulgando a campanha iniciada pelo Conselho Seccional do Rio de Janeiro – que, preocupado com o destino das doações e entregas dos produtos, está mobilizando os advogados na arrecadação de valores a serem utilizados na compra de água, comidas remédios e materiais de higiene. Os dados desta conta são os seguintes: BANCO DO BRASIL – AGÊNCIA 2234-9 – CONTA CORRENTE 1000-6 – OAB/RJ – SOS REGIÃO SERRANA. O Presidente da Seccional, Wadih Damous, informa que qualquer quantia será de grande valia.
CAMINHÃO DE ÁGUA – A OAB/MS também está viabilizando a contratação direta de um caminhão de água mineral junto à empresa que possua unidade distribuidora na região serrana, a fim de minimizar custos com frete e deslocamento. Tão logo seja entabulada a negociação, o presidente Leonardo Avelino Duarte irá comunicar aos advogados sul-mato-grossenses, bem como irá solicitar parceria dos tribunais locais. Em conversa na tarde de ontem com o presidente do TRT 24ª Região, desembargador Marcio Vasques Thibau, Duarte recebeu apoio no sentido de que a arrecadação seja feita também com magistrados e funcionários daquele órgão.


Fonte:

Um índio morre a cada 12 dias em terra indígena no AM

ORÇAMENTO E ATUAÇÃO NACIONAL EXPLICAM COBIÇA POLÍTICA

DE SÃO PAULO
FOLHA DE SÃO PAULO-SP
17/01/2011
Editoria: PODER
Assunto: INDÍGENA

Orçamento de R$ 4,7 bilhões, linha direta com prefeituras e presença em todos os cantos do país são fatores que fazem da Funasa sonho de consumo dos políticos e explicam a guerra para comandá-la no governo Dilma.
´´É um órgão muito importante por causa da sua capilaridade social. São mais de 5.000 municípios atendidos´´, enumera o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
Há duas semanas, ele teve um bate-boca ríspido com o ministro Alexandre Padilha (Saúde), que manifestou a intenção de transferir o controle da Funasa para o PT.
O vice-presidente Michel Temer e o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) tiveram que intervir, e os dois selaram a trégua num encontro na quarta-feira passada.
´´Tivemos um curto-circuito inicial. Foi um episódio lamentável, mas já restabelecemos a confiança´´, diz Alves. Segundo ele, Padilha se comprometeu a informá-lo previamente de qualquer mudança no órgão.
Os peemedebistas reclamam que o PT já assumiu a Secretaria de Atenção à Saúde e, nos bastidores, ameaçam dificultar a vida de Dilma no Congresso se perderem o comando da Funasa.
O partido apoia a permanência do presidente Faustino Lins. Sua lista de padrinhos inclui os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Do outro lado, os petistas evocam os escândalos recentes como argumento para tomar o controle do órgão.
Alves ainda guarda mágoas da briga com o ex-ministro Temporão, que também era do PMDB: ´´Ele acusou sem provas e não conseguiu confirmar o que disse´´.
Temporão está de férias e não foi localizado.
A Funasa atua nas áreas de saúde indígena e saneamento básico. Toca de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) a ações de combate à dengue.



Desvios na Funasa chegam a R$ 500 milhões, diz CGU

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
17/01/2011 - 08h30



Auditorias concluídas nos últimos quatro anos pela CGU (Controladoria Geral da União) revelam que a Funasa foi vítima de desvios que podem ultrapassar a cifra de meio bilhão de reais.
O órgão está sob comando do PMDB desde 2005 e é o principal alvo do partido na guerra por cargos no segundo escalão do governo Dilma.
Levantamento feito pela Folha mostra que a CGU pediu a devolução de R$ 488,5 milhões aos cofres da Funasa entre 2007 e 2010. O prejuízo ainda deve subir após novos cálculos do TCU (Tribunal de Contas da União), que atualiza os valores ao julgar cada processo.
De acordo com os relatórios, o dinheiro teria sumido entre convênios irregulares, contratações viciadas e repasses a Estados e prefeituras sem a prestação de contas exigida por lei.
A pesquisa somou as quantias cobradas em 948 tomadas de contas especiais instauradas nos últimos quatro anos. As investigações começaram no Ministério da Saúde, ao qual a Funasa é subordinada, e foram referendadas pela CGU.
O volume de irregularidades que se repetem atrasa a tentativa de recuperar o dinheiro, e os processos não têm prazo para ser julgados pelos ministros do TCU.
Além das auditorias, balanço feito pela controladoria a pedido da reportagem aponta a existência de 62 processos simultâneos contra a direção da Funasa.
Outros seis apuram supostas irregularidades cometidas por dirigentes e servidores, e podem culminar em punições como a demissão e a proibição de exercer novos cargos públicos.
Em 2009, o ex-presidente Paulo Lustosa, o primeiro indicado ao cargo pelo PMDB, foi banido da administração federal por cinco anos.
A CGU o responsabilizou pelo superfaturamento de contratos de R$ 14,3 milhões da TV Funasa. Em parecer, ele foi acusado de exibir "verdadeiro desprezo e desapego" aos recursos públicos.
No mesmo ano, a Polícia Federal deflagrou a Operação Covil, contra pagamentos de propina em Tocantins, e a Operação Fumaça, que desarticulou um esquema de desvio de repasses da Funasa a prefeituras do Ceará. As investigações constataram desvios de R$ 6,2 milhões.
Apesar dos escândalos, os peemedebistas mantêm o controle sobre a Funasa. Em 2008, o então ministro José Gomes Temporão (Saúde) quase perdeu o cargo após apontar "corrupção" e "baixa qualidade" no órgão.
Ele tentou demitir o presidente Danilo Forte, mas reação comandada pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), manteve Forte, que em abril de 2010 passou o cargo a Faustino Lins, outro afilhado de Alves, para se eleger deputado pelo PMDB-CE.


OUTRO LADO

O presidente da Funasa, Faustino Lins, informou que não daria entrevista. Sua assessoria disse que o órgão apura denúncias de supostas irregularidades e colabora com a fiscalização da CGU.
A reportagem deixou recado no escritório político de Danilo Forte, mas ele não ligou de volta. Paulo Lustosa não foi localizado.


Um índio morre a cada 12 dias em terra indígena no AM

Segunda maior terra indígena do país, a Vale do Javari, no Amazonas, teve nos últimos 11 anos uma morte de índio a cada 12 dias, segundo levantamento da ONG Centro de Trabalho Indigenista. O total de mortes no período soma 325, o equivalente a 8% da população da terra indígena. A Vale do Javari, na fronteira com o Peru, reúne uma das maiores concentrações de índios isolados do mundo. A população é estimada em 4 mil. Um dos povos que habitam a terra, o Kanamari, perdeu 16% de seus habitantes. A maior parte dos mortos (64%) tem até 10 anos -são sobretudo bebês. As principais causas são hepatite, pneumonia e doenças trazidas pelo contato com populações de fora da terra indígena. Também há relatos de alto índice de suicídios. A ONG atribui a situação à má gestão de recursos por parte da Funasa - FSP, 16/1, Poder, p.A15.

Inclusão com Consciência

Já difundidas no setor privado, as políticas afirmativas surgiram a partir de parcerias. Mas especialistas garantem que não basta contratar: é preciso investir contra o preconceito

Manoela Alcântara
Arquivo Pessoal
Vanessa foi beneficiada por um programa entre a Febraban e uma universidade
O que ainda está em fase de debate no funcionalismo público já é realidade na esfera privada. Os bancos não estatais, por exemplo, adotaram políticas afirmativas após a divulgação de uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em 2007. O levantamento indicou que, nas instituições financeiras privadas, apenas 19% do quadro de funcionários era negro, que as mulheres ganhavam menos, ainda que tivessem a mesma capacitação dos homens, e que não havia pessoas com deficiência entre os empregados.
A mudança dessa realidade começou a partir de parcerias firmadas com a Seppir, a Fundação Zumbi dos Palmares, universidades e organizações não governamentais, que se uniram para inserir essas pessoas em bancos de talentos voltados para o ingresso no mercado de trabalho. “Todas passam por uma seleção, mas o número de oportunidades agora é maior. Treinamos nosso pessoal de RH para escolher os funcionários a partir do princípio da diversidade”, conta o diretor de relações institucionais da Febraban, Mario Sérgio Vasconcelos. Além disso, 10% das vagas de estágio no setor bancário são reservadas para alunos do Programa Universidade para Todos (ProUni). “São bolsistas de baixa renda e, em sua grande maioria, negros”, completa.
Vanessa Santos Antônio, 20 anos, é uma das beneficiadas por essas iniciativas. A estudante de administração de empresas da Universidade Zumbi dos Palmares viu sua vida mudar depois que conquistou uma vaga na área de recursos humanos do Banco Bradesco, quando ainda tinha 17 anos. “Nos dois anos que fiz de estágio, pude participar de 50 cursos disponibilizados pelo convênio”, calcula. Lá, teve a oportunidade de aprender sobre diversas áreas da empresa e de concluir um curso de formação, que lhe rendeu a contratação permanente.
A quatro meses de completar um ano na empresa, Vanessa confessa: “Sempre quis ser bancária. Vim da periferia, estudei em escolas públicas, não tive as mesmas oportunidades que muitos. Mas, hoje, sou uma profissional que tem capacidade para assumir qualquer papel na área financeira. Graças ao treinamento que me deram no Bradesco”, constata.

Conscientização

De acordo com Mário Vasconcelos, os bancos tiveram a preocupação de não apenas contratar essas pessoas, mas de investir no bem-estar delas. A diversidade nas instituições é tema frequente de palestras e campanhas de conscientização para que qualquer tipo de preconceito seja quebrado. “Queremos dar exemplos de cases de sucesso e aumentar ainda mais esse percentual. As ações voltadas para isso são primordiais, pois esse não é um problema que se resolve rapidamente. É preciso uma mudança no comportamento. É uma postura evolutiva e não de imposição”, alerta Mário. Para ele, as ações devem vir acompanhadas de campanhas de conscientização.  
De acordo com a ministra da Seppir, Luiza Helena de Bairros, ações como essa mostram o potencial de políticas que surgiram nos últimos anos e que podem ser trabalhadas para diminuir as desigualdades. “Algumas empresas públicas aderiram ao Selo de Proequidade de Gênero e Raça e já têm suas próprias iniciativas. Outras criam programas de treinamento de seus recursos humanos, como a iniciativa dos bancos. Temos que aproveitar as boas práticas”, afirma a ministra.


Minorias
Mudança de mentalidade


Deficientes

O artigo 37 da Constituição Federal determina a reserva de vagas para pessoas com deficiência no serviço público e a Lei nº 8.112 delimita que essa salvaguarda seja entre 5% e 20% do total de oportunidades. Na área privada, a Lei nº 8.213/91 diz que toda empresa com mais de 100 empregados é obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com funcionários reabilitados ou deficientes.


Índios

A Lei nº 3.594 garante a reserva de 3% das vagas de concursos públicos no estado de Mato Grosso do Sul para índios. Além disso, institui reserva de 10% das vagas estaduais para negros. A estatística é de que 64 mil indígenas residem no estado de Mato Grosso do Sul, o que representa cerca de 3,7% da população.

Negros

A Lei nº 12.288 regulamenta o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da paridade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.


Fonte:
CORREIO BRAZILIENSE-DF
17/01/2011
Editoria: EU CONCURSEIRO
Assunto: INDÍGENA

sábado, 15 de janeiro de 2011

Conquista Indígena!!!

Parentes, amigos e Guerreiros.

Vejam só, recebi pelo Twitter, a seguinte nota enviada pelo Governador do Amapá, Camilo Capiberibe.

"Acabei de assinar o decreto de nomeação do Indígena Coaracy Maciel Gabriel para ser o novo Secretário dos povos indígenas.

Camilo - Governador do Amapá"


 
Por isso nao somente digo, como afirmo desde 1976 quando cheguei a Brasilia pra fundar a UNIND - União das Nações Indigenas: A LUTA CONTINUA!


Fonte: *MARCOS TERENA*
http://twitter.com/MarcosTerena
http://www.youtube.com/marcosterena

Fala de indígenas que estiveram presentes em Campo Grande/MS no Acampamento Terra Livre

"Romancil Kretã, liderança Kaingang do Paraná soube sintetizar as razões do evento estar acontecendo em Campo Grande. “Este é o estado do Brasil que mais discrimina os povos indígenas e precisamos mostrar esta realidade para a sociedade! Somos estrangeiros dentro de nossas próprias terras, pois a Constituição brasileira não é respeitada e as leis que surgem só marginalizam os povos indígenas!”, declarou: “Este é um estado em que um boi vale mais que uma criança, um lugar em que a cana vale mais que todo o povo indígena reunido”, denunciou Anastácio Peralta, liderança Guarani Kaiowá Irajá Pataxó falou em nome dos povos"



Fonte: http://www.cimi.org.br/pub/publicacoes/1284733138_mensageiro_183_set_out_2010_web.pdf

Secretaria para Assuntos Indígenas, por Jorge Eremites

A partir da promulgação da Carta Constitucional de 1988, o Brasil entrou em outro momento de sua história. Findado o regime militar imposto com o golpe de 1964 e instalado o Estado Democrático de Direito, povos e comunidades etnicamente distintos em relação à sociedade nacional tiveram na Constituição Cidadã a conquista de importantes direitos.
A partir de então, o país passou a se perceber como multiétnico e deixou para trás a perspectiva assimilacionista que até então vigorava na legislação brasileira. Logo, políticas públicas de todo tipo não puderam mais ser concebidas como se a população brasileira fosse algo homogêneo. Exemplos disso estão na saúde e na educação diferenciadas desenvolvidas em muitas comunidades indígenas distribuídas pelo território nacional. Mas nem tudo é tão simples assim. Ter garantias asseguradas na Lei Maior não significa sua imediata aplicação e reconhecimento nos poderes constituídos na República. Por este motivo, movimentos indígenas seguem suas trajetórias de reivindicação de direitos dos mais variados no mundo atual, o que muitas vezes se dá na esfera do judiciário. No caso específico dos municípios sul-mato-grossenses com marcante presença de povos indígenas, como é o caso de Amambai, Caarapó, Dourados e Miranda, alguns avanços têm sido registrados aqui e acolá, embora muito ainda esteja por ser feito.
Neste sentido, recentemente veio de Dois Irmãos do Buriti um exemplo que pode inspirar o legislativo e o executivo de muitas cidades. Lá, a Câmara Municipal aprovou em fins de dezembro de 2010 um projeto de lei que cria a SEMAI – Secretaria Municipal para Assuntos Indígenas, órgão com dotação orçamentária própria e responsável pela definição, aplicação e fiscalização de políticas públicas voltadas para as comunidades indígenas ali existentes.
Esta conquista foi o resultado de um conjunto de fatores, dentre os quais o protagonismo dos Terena da Terra Indígena Buriti, os quais têm um representante na Casa de Leis, e o apoio recebido do prefeito e da Câmara Municipal. Mais que isso, os próprios Terena indicaram os nomes que estarão à frente desta nova pasta, sendo todos indígenas das aldeias existentes no município e portadores de curso superior.
Ao tomar esta iniciativa, Dois Irmãos do Buriti apresenta-se como vanguarda no que se refere à administração pública, pois com uma secretaria desse tipo ficará mais fácil definir, aplicar e fiscalizar as políticas públicas voltadas para as comunidades indígenas, em respeito aos seus usos, costumes e tradições, conforme determina a Carta Magna. Ademais, esta pasta também será responsável pela articulação de convênios interinstitucionais e pela captação de recursos federais através de projetos.
No caso de Dourados, depois de todos os prejuízos políticos registrados nos últimos meses, seria de bom alvitre que o futuro prefeito da cidade seguisse o exemplo que veio de Dois
Irmãos de Buriti e dispensasse mais atenção aos povos indígenas que aqui vivem. A própria Câmara Municipal também poderia tomar a iniciativa de propor um projeto de lei para criar a Secretaria Municipal para Assuntos Indígenas, visto que não se trata de mais um ônus, senão uma oportunidade de planejamento estratégico voltado para o futuro. Ao tomar esta iniciativa, certamente que Dourados voltará a ser manchete na imprensa nacional, mas desta vez de maneira positiva, como um município que respeita os direitos dos povos indígenas e os inclui como protagonistas na história da administração pública.



Fonte:
SÍTIO DOURADOS NEWS, 13.01.2011

Jorge Eremites de Oliveira*
* Doutor em História/Arqueologia pela PUCRS e professor associado da UFGD (eremites@uol.com.br).

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

International Survival apresenta dois curtas que denunciam a situação dos Guaraní no Dia Internacional dos Direitos Humanos

Pela celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Survival International apresenta dois novos curta metragens documentais sobre a desesperadora situação que atravessam os índios Guaraní do Brasil.
O vídeo “Tem que ser valente” reflete a determinação dos Guaraní em recuperar suas terras, que lhes foram arrebatadas para dar lugar a fazendas de gado e a plantações de soja e cana de açúcar.
Na película “Os pistoleiros”, os Guaraní expressam sua ira e seu temor ante os pistoleiros pagos contratados pelos latifundiários que se apoderaram de suas terras e que os atacam.
Nas palavras de uma mulher Guaraní: “Imagine as balas dos pistoleiros voando por toda parte… à noite podem alcançar a uma criança, uma mulher, a qualquer um de nós”.
Muitos Guaraní, entre eles o líder Marcos Veron, reconhecido internacionalmente, foram assassinados tentando regressar a suas terras ancestrais.
Milhares de Guaraní vivem atualmente em condições miseráveis em acampamentos improvisados a beira de estradas interestaduais, ou em reservas superlotadas. No mês passado, Deborah Duprat, Procuradora Geral Adjunta da República no Brasil, descreveu uma delas, a reserva de Dourados, como “possivelmente a maior tragédia que afeta a um povo indígena em todo o mundo”.
Esta semana, o ganhador do Prêmio Nobel Alternativo, o bispo Dom Erwin Kräutler, descreveu a situação dos Guaraní como “um genocídio cruel” que o Governo está ignorando, apesar de estar sucedendo-se “diante de seus olhos”.
O porta voz Guaraní Anastácio Peralta se encontra neste momento na Europa para denunciar a crítica situação. Segundo o mesmo declarou: “Nos roubaram nossas terras,destruíram a natureza, contaminaram nossas águas e mancharam nossa terra com o sangue de meu povo. Porém, não conseguiram destruir nossa língua, nossas preces, nossa cultura, nossa história nem nossa resistência”.
Fontes internas da Survival manifestaram: “Neste Dia dos Direitos Humanos há Guaranís que vivem sem acesso a água potável, em choças de lona a beira de auto-estradas. Há outros, aprisionados, com pouca comida em meio a milhares e milhares de quilômetros de canaviais. As autoridades brasileiras devem assegurar o futuro dos Guaraní garantindo seu direito fundamental de viver em seus territórios ancestrais”.
No início deste ano, a Survival International enviou um informe às Nações Unidas denunciando a violência, os suicídios, a desnutrição e outras ameaças que têm enfrentado os Guaraní.



Fonte:  www.survival.es
SURVIVAL INTERNATIONAL:10/12/10

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mestrado da UNB beneficia alunos indígenas da UEMS

A Universidade de Brasília (UNB) está com inscrições abertas para o mestrado profissional em Desenvolvimento Sustentável, destinado aos povos indígenas. Das 26 vagas oferecidas pelo programa, 13 são reservadas exclusivamente a indígenas que tenham formação em curso superior. As inscrições para o primeiro período letivo de 2011 vão até o dia 11 de fevereiro. Confira o edital no anexo.
O programa beneficia diretamente os alunos e egressos da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) que destina 10% de todas as suas vagas de graduação a indígenas. A Universidade foi a primeira do Brasil a adotar o sistema de cotas para seleção de indígenas. Desde 2004, quando o sistema de cotas passou a valer, 38 indígenas já completaram o ensino superior pela UEMS e estão aptos a concorrerem às vagas do novo mestrado oferecido pela UNB.
Além de estimular a inserção desses alunos, a Pró-Reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários da Universidade, Beatriz Landa, lembra que a instituição também promove constantemente a reflexão sobre temáticas que contemplem questões indígenas. “Esse mestrado significa continuidade na formação com uma ótica voltada para o desenvolvimento dos povos indígenas”, diz Beatriz.


Mestrado profissional

Diferentemente do mestrado acadêmico, o mestrado profissional visa o mercado de trabalho, ou, no caso deste programa, visa uma preparação mais intensa dos profissionais para atuarem junto aos territórios indígenas e suas comunidades. A área de concentração a que está submetido o novo programa de pós-graduação é “Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais”, na modalidade Sustentabilidade Junto a Povos e Terras Indígenas.
De acordo com a UNB, o programa está em conformidade com os Termos de Cooperação celebrados entre Fundação Universidade de Brasília (FUB) e Ministério da Cultura (Minc), Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), United States Agency for International Development (Usaid) e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), na condição de entidades parceiras e financiadoras da iniciativa.


10/01/2011 - 19:13

Os índios falam línguas ou dialetos?

Muitas vezes ouvimos dizer que os índios falam 'dialetos' ou 'girias', algo diferente das 'línguas' que nós falamos. Mas devemos ter cuidado com esses rótulos, pois refletem idéias falsas tanto sobre as formas de expressão dos índios quanto sobre as nossas. Isso é porque pensamos que 'dialetos' e 'girias' são formas de expressão menores, mais pobres ou simplesmente 'erradas', e corremos o risco de associar essas idéias a qualquer grupo de pessoas que fala diferente de nós. Mas o estudo das línguas nos mostra que não é bem assim. Vamos ver, então, como os lingüístas vêem estas questões.
Primeiro, podemos afirmar, sem dúvida, que os índios falam 'línguas', tão ricas e completas quanto a nossa. Usando as suas línguas, podem falar de qualquer assunto e expressar noções das mais simples às mais abstratas-exatamente como nós fazemos usando português, inglês, chinês ou outra língua mais conhecida. Além disso, as línguas indígenas têm história e os seus falantes são detentores de tradições e literaturas orais extensas, com estilos e formas variados. Podemos pensar que apenas textos escritos podem ser chamados de 'literatura', mas de fato, as literaturas orais das sociedades indígenas refletem as suas experiências acumuladas, sua história, seus costumes, valores e conhecimentos. Enfim, a literatura de um povo-escrita ou oral-expressa igualmente a sua cultura e exprime a sua identidade.
Finalmente, o estudo das línguas nos mostra que nenhuma língua é falada o tempo todo da mesma forma por todos os falantes. Todas as línguas têm variantes-muitas vezes associadas a regiões geográficas-que reconhecemos porque apresentam pequenas diferenças de pronúncia ou até de uso de algumas palavras ou expressões específicas. São essas variantes internas de uma língua que os lingüístas chamam de 'dialetos'. Sendo assim, qualquer falante de uma língua (inclusive você!) fala algum 'dialeto' daquela língua.



Fonte: http://prodoc.museudoindio.gov.br/geral.php?ID_S=13

Beijódromo é inaugurado em Brasília

A construção é resultado de um convênio entre o Ministério da Cultura (MinC) e a Fundação Darcy Ribeiro (Fundar), com o investimento de R$ 8,5 milhões
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, inaugura nesta segunda-feira (6/12) à tarde, na Universidade de Brasília (UnB), o Memorial Darcy Ribeiro. A construção é resultado de um convênio entre o Ministério da Cultura (MinC) e a Fundação Darcy Ribeiro (Fundar), com o investimento de R$ 8,5 milhões.
Cerimônia contará com presença do presidente Lula e do presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, além dos ministros da cultura do Brasil, Juca Ferreira, e do Uruguai, Ricardo Ehrlich e o ministro da Educação do Brasil, Fernando Haddad.
"Era impressionante a força e fé de Darcy de que a singularidade da cultura brasileira alçaria o país a uma posição invejável no cenário mundial. Vemos hoje que ele estava correto, pois daqui a pouco tempo seremos a quinta economia mundial”, lembra o ministro Juca Ferreira. “O Memorial é um presente para essa cidade que completou 50 anos e se tornou definitivamente a capital dos brasileiros e a UnB, universidade sonhada por ele e que ajudou a fundar”, acrescentou.
O espaço foi projetado pelo arquiteto e parceiro de Darcy em diversos projetos, João Filgueiras Lima, o Lelé. Os que passam em frente enxergam um misto de nave espacial e oca indígena. Ao entrar, encontram biblioteca, espelho d’água, salas de aula e climatizador natural. Há também um espaço para descanso e apresentações, que, já na concepção do local, o próprio antropólogo batizou de Beijódromo. Tudo isso distribuído em dois andares, numa área total de 2 mil m².
A biblioteca tem em seu acervo mais de 30 mil exemplares do professor e educador e de sua primeira esposa, a antropóloga Berta Gleizer Ribeiro, além de disponibilizar documentos pessoais, como cartas trocadas com Oscar Niemeyer e o filósofo francês Jean-Paul Sartre. Haverá também exposição de obras de arte brasileiras, que vão desde quadros de Portinari a artefatos indígenas.


Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro nasceu 26 de outubro em 1922, em Montes Claros (MG). Começou sua vida profissional como antropólogo, passando à área educacional, na qual alcançou ao cargo de ministro da Educação, em 1962, e, no ano seguinte, ministro-chefe da Casa Civil, ambos no governo João Goulart.
Em 1964, foi forçado pelos militares a sair do país. No exílio, engajou-se acadêmica e politicamente pelos países latinos por onde passou: Uruguai, Chile, Peru, Costa Rica, México e Venezuela.
No Uruguai, onde permaneceu por mais tempo, foi convidado, assim que chegou, a ser professor da Universidade da República. Lá também conseguiu um passaporte que permitiu viagens à Europa e a Cuba, onde encontrou, entre outros, Che Guevara e Fidel Castro. Ainda no Uruguai, escreveu a Enciclopédia da cultura uruguaia e a primeira versão de O povo brasileiro. Este foi o período considerado por Darcy como o mais fecundo de sua vida.
De volta ao Brasil, Darcy foi vice-governador do Rio de Janeiro, em 1982, secretário de Cultura, coordenador do Programa Especial de Educação e senador da República, de 1991 até sua morte, em 1997. Também concretizou projetos na área ambiental, e, por sua intensa produção de livros, passou a ocupar, em 1993, a cadeira de número 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Nos últimos anos de vida, revelou-se um poeta.
Planejou os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), centros culturais e, em oito países, criou ou recriou universidades, além de deixar inúmeras obras traduzidas para diversos idiomas. Entre as instituições criadas por Darcy estão o Museu do Índio, no Rio de Janeiro, e a Universidade de Brasília. Entre as obras que idealizou estão a Biblioteca Pública Estadual do Rio, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvim, o Centro Infantil de Cultura de Ipanema e o Sambódromo, que inicialmente também funcionava como uma grande escola primária, com 200 salas de aula, além do Memorial da América Latina, edificado em São Paulo com projeto de Oscar Niemeyer. Darcy contribuiu ainda para o tombamento de 96 quilômetros de belíssimas praias e encostas do litoral fluminense, além de mais de mil casas do Rio Antigo.
Darcy Ribeiro é um dos cientistas sociais brasileiros de maior renome no mundo, por sua grande contribuição à defesa da causa étnica. Consagrou-se como alguém que propunha uma reflexão do Brasil a partir da amplidão de sua cultura, e já enxergava que as expressões populares seriam capazes de auxiliar uma “leitura” mais completa do país. (com assessoria).


Fonte: http://www.museudoindio.org.br/template_01/default.asp?ID_S=29&ID_M=763
04/12/2010